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      Governo Trump explica por que impôs tarifas a ilhas habitadas apenas por pinguins

      A inclusão de ilhas isoladas e desabitadas em uma política tarifária tão abrangente tem provocado estranhamento

      Casal de pinguins
      Laís Gouveia avatar
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      247 - Em uma decisão polêmica que virou alvo de piadas nas redes sociais, o governo dos Estados Unidos impôs tarifas sobre territórios remotos e praticamente desabitados, como a Ilha Heard e as Ilhas McDonald — habitadas exclusivamente por pinguins. A justificativa oficial foi evitar que países utilizem essas áreas para simular exportações e driblar barreiras comerciais impostas anteriormente. A medida foi detalhada pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick, em entrevista ao programa Face the Nation, da rede norte-americana CBS. As informações são da Sputnik Brasil.

      "Se você deixar algo de fora da lista, as nações que estão tentando abusar dos EUA vêm por meio desses países até nós [...]. O presidente impôs tarifas à China em 2018, e o que [Pequim] fez foi começar a enviar exportações para os EUA por meio de outros países", explicou Lutnick.

      Segundo ele, o presidente Donald Trump decidiu ampliar a lista de locais sujeitos a tarifas para evitar qualquer brecha. "O presidente sabe disso e está cansado disso, e ele basicamente quer consertar a situação, então ele disse: 'Não posso permitir que nenhuma parte do mundo seja um lugar para a China ou qualquer outro país usar para chegar aos Estados Unidos'".A decisão atinge, por exemplo, as Ilhas Heard e McDonald, localizadas ao sul do oceano Índico e pertencentes à Austrália.

      Com presença apenas de fauna nativa e pinguins, as ilhas foram incluídas em uma lista de países e territórios sujeitos a tarifas que variam de 10% a 97%. A medida gerou reações irônicas na internet, com usuários questionando como um local sem atividade econômica relevante poderia impactar a balança comercial norte-americana.Outro território impactado são as Ilhas Cocos, também da Austrália.

      Com cerca de 600 habitantes e economia baseada principalmente na construção naval, elas agora enfrentam uma tarifa de 10% sobre produtos enviados aos EUA. Atualmente, 32% das exportações da região têm os Estados Unidos como destino.Também entrou na mira da Casa Branca a ilha de Jan Mayen, na Noruega, uma antiga estação baleeira que hoje abriga apenas uma guarnição rotativa de soldados e não possui população civil permanente. Apesar da ausência de exportações relevantes, o território também foi incluído nas novas regras comerciais.

      Lutnick minimizou os impactos da decisão sobre os mercados, que registraram fortes quedas após o anúncio das tarifas, e reforçou que o objetivo da medida é garantir a segurança nacional.

      "Devemos entender que esta é uma questão de segurança nacional. Não temos capacidade para produzir medicamentos, não construímos navios, não temos aço e alumínio suficientes para lutar uma batalha, ou os semicondutores que são necessários toda vez que apertamos um botão ou toda vez que ligamos um carro ou um micro-ondas. Todos esses semicondutores são fabricados em outro lugar", afirmou.

      De acordo com Lutnick, o presidente Trump está tentando conter o que chama de "déficit absurdo" da economia norte-americana, que, segundo ele, chega a US$ 1,3 trilhão. “Essas são brechas ridículas”, declarou.

      Apesar da explicação técnica, a inclusão de ilhas isoladas e desabitadas em uma política tarifária tão abrangente tem provocado estranhamento, tanto na comunidade internacional quanto entre economistas. Especialistas apontam que a decisão pode agravar o isolamento comercial dos Estados Unidos e dificultar ainda mais relações com parceiros estratégicos.

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