Haaretz, maior jornal israelense, é censurado por Netanyahu
Governo de Netanyahu censurou texto do ativista israelense Jonathan Pollak sobre a detenção arbitrária de palestinos pelas autoridades israelenses na Cisjordânia ocupada
247 - Na última quarta-feira (29), um texto de opinião escrito pelo ativista israelense Jonathan Pollak para o jornal Haaretz foi publicado com várias tarjas ocultando trechos significativos. O artigo, intitulado "A Razão de Israel para a Prisão", aborda a detenção arbitrária de palestinos pelas autoridades israelenses na Cisjordânia ocupada. A censura governamental impede a divulgação completa dos detalhes, alegando riscos à segurança nacional, explica a Folha de S. Paulo.
Pollak relata o caso de Bassem Tamimi, um conhecido ativista palestino preso em 29 de outubro de 2023, na cidade de Nabi Saleh, próxima a Ramallah. Tamimi é reconhecido por liderar protestos contra a ocupação israelense e os assentamentos nos territórios palestinos. Após sua prisão, Tamimi foi levado ao hospital para tratar um pico de pressão alta e teve permissão para ligar para sua esposa, Nariman. Este telefonema foi o último contato da família com Tamimi, segundo Pollak.
O artigo de Pollak é severamente censurado, dificultando a compreensão completa do caso de Tamimi. As informações disponíveis indicam que Tamimi está detido sob a chamada "detenção administrativa", uma prática que permite às autoridades militares israelenses manter palestinos presos sem acusações formais ou julgamento. Essa medida é renovada a cada seis meses e frequentemente aplicada na Cisjordânia ocupada.
Enquanto palestinos na Cisjordânia são julgados por tribunais militares, os israelenses na mesma região enfrentam cortes civis. Esta distinção é criticada por organizações de direitos humanos que acusam Israel de implementar um regime de apartheid nos territórios ocupados.
A censura do artigo de Pollak destaca a dificuldade em divulgar informações sobre as prisões de palestinos. Apesar da censura, Pollak menciona que mais de 7 mil pessoas estão presas no sistema carcerário israelense sem condenação, com 60% dessas sequer formalmente acusadas.
Jonathan Pollak, um ativista conhecido, já enfrentou prisões por protestar contra o governo israelense. Em janeiro de 2023, foi acusado de arremessar pedras contra um jipe militar e pediu para ser julgado na Justiça militar, da mesma forma que os palestinos.
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