Hamas não apresenta objeções a projeto de cessar-fogo com Israel
Movimento palestino estará pronto para assinar acordo inicial de cessar-fogo em Gaza nos próximos dias
247 - O movimento militante palestino Hamas está prestes a assinar um acordo inicial de cessar-fogo com Israel nos próximos dias, antes da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em 20 de janeiro, informou a agência de notícias EFE, citando fontes.
As negociações em Doha continuam em ritmo intenso para acertar as principais cláusulas do acordo, que prevê a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, relatou a agência nesta segunda-feira (13).
De acordo com o esboço do acordo discutido nas negociações, na primeira fase, o Hamas libertará 34 reféns israelenses em troca de um cessar-fogo na Faixa de Gaza por um mês e meio e da libertação de cerca de mil prisioneiros palestinos. A segunda fase pode começar uma semana após o término da primeira e incluiria a libertação dos reféns restantes em troca de prisioneiros palestinos e a prorrogação do cessar-fogo por mais um mês e meio, segundo a agência.
Enquanto isso, a emissora estatal israelense Kan informou que a primeira fase do acordo, com duração prevista de 42 dias, envolve a libertação de 33 reféns israelenses, incluindo mulheres, militares, crianças e homens com mais de 50 anos. Em troca, Israel deverá libertar cerca de 1.300 prisioneiros palestinos, sendo que centenas deles cumprem penas de prisão perpétua.
O esboço do acordo também prevê futuras negociações sobre o governo da Faixa de Gaza e sua reconstrução.
A emissora Al Qahera News informou mais cedo que as negociações para definir os detalhes restantes do acordo de cessar-fogo devem ocorrer na capital egípcia, Cairo, citando uma fonte.
Nesta segunda-feira (13), o portal de notícias Walla divulgou, com base em fontes, que Israel e os mediadores chegaram a um acordo sobre uma proposta de solução para o conflito na Faixa de Gaza e a libertação de reféns. Posteriormente, a emissora Al Arabiya informou que o Hamas entregou uma resposta ao projeto de acordo sem apresentar objeções.
Por sua vez, o porta-voz do governo israelense, David Mencer, pôs em dúvida os relatos. Ele disse nesta terça-feira que um acordo para a resolução do conflito na Faixa de Gaza e a libertação de reféns israelenses está próximo, mas ainda não foi concluído porque o Hamas ainda não deu seu consentimento.
"Estamos nos aproximando [do acordo], mas ele ainda não foi alcançado. O Hamas ainda não deu seu consentimento", disse Mencer a jornalistas, acrescentando que a delegação israelense ainda está em Doha e está fazendo tudo o que é possível para avançar no acordo sobre os reféns, conforme noticiado pela agência Sputnik.
Fontes informaram à agência que o Hamas entregou recentemente a resposta sem quaisquer comentários sobre o projeto de acordo para Gaza.
As Forças de Defesa de Israel lançaram a "Operação Espadas de Ferro" na Faixa de Gaza e impuseram um bloqueio total ao enclave em outubro de 2023.
O número de mortos na Faixa de Gaza devido aos ataques indiscriminados israelenses ultrapassou 46 mil desde 7 de outubro de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza.
Em outubro de 2023, Israel foi alvo de uma operação militar sem precedentes com foguetes lançados da Faixa de Gaza, governada pelo movimento palestino Hamas. Além disso, militantes palestinos invadiram as áreas fronteiriças, abriram fogo contra militares e civis e fizeram reféns. Cerca de 1,200 pessoas foram mortas durante o ataque.
Mais de 250 pessoas foram capturadas no ataque e levadas para a Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades israelenses.
As ações de Israel foram alvo, em dezembro de 2023, de uma queixa na Corte Internacional de Justiça (CIJ), apresentada pela África do Sul. Pretória pediu a adoção de medidas provisórias contra autoridades israelenses diante de ações consideradas genocidas. A África do Sul alegou que os ataques e omissões de Israel na Faixa de Gaza violam obrigações sob a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Israel alega estar se defendendo de ataques terroristas e contesta a ação. O governo brasileiro declarou apoio ao processo sul-africano.
Em janeiro de 2024, a CIJ ordenou que Israel tomasse todas as medidas necessárias para prevenir o genocídio na Faixa de Gaza, punisse os defensores do genocídio contra os palestinos e garantisse o fluxo de ajuda humanitária para o povo de Gaza. No entanto, não obrigou Israel a interromper a ofensiva, como havia solicitado a África do Sul na ação judicial. Diversos países, incluindo o Brasil, apoiam o processo contra Israel.
Em novembro de 2024, a CIJ emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant e lideranças do Hamas, citando crimes de guerra. Tanto Israel quanto o Hamas negam cometer crimes de guerra.
Negociações de cessar-fogo no Cairo, Egito, e em Doha, Catar, se intensificaram nas últimas semanas. (Com informações da Sputnik).
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