Hamas se manifesta sobre acordo com Israel sobre cessar-fogo e libertação de reféns com Israel na Faixa de Gaza
Grupo palestino afirmou em suas redes sociais que respondeu de forma "responsável e positiva" à proposta de cessar-fogo
247 - Após meses de negociações intensas e repetidas tentativas frustradas, o Hamas anunciou, nesta quarta-feira (15), sua aceitação da proposta de cessar-fogo com Israel, um passo importante na tentativa de trazer um fim à violência na Faixa de Gaza. O acordo, que vinha sendo discutido desde agosto de 2024, foi mediado por representantes do Catar, Estados Unidos e Egito, mas sofreu diversas dificuldades ao longo do caminho devido à falta de consenso entre as partes envolvidas.
Segundo o Metrópoles, em um comunicado divulgado nas redes sociais do movimento, o Hamas afirmou que sua resposta à proposta de cessar-fogo foi “responsável e positiva”. “O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) entregou recentemente a sua resposta aos irmãos mediadores sobre a proposta de acordo de cessar-fogo”, disse o Hamas no Telegram. “O movimento afirma que respondeu de forma responsável e positiva à proposta”, completou. Até o momento, o governo de Israel não se pronunciou publicamente sobre o andamento das negociações.
O plano de cessar-fogo prevê uma abordagem em três fases. A primeira inclui a retirada gradual das tropas israelenses da Faixa de Gaza, seguida pela troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, um ponto de grande sensibilidade e importância para ambas as partes. A última fase do acordo contempla a reconstrução da região devastada pelos intensos confrontos durante mais de um ano de guerra.
As negociações para um cessar-fogo já haviam fracassado diversas vezes, principalmente devido a desacordos sobre os termos e as condições de um possível acordo de paz duradouro. Ambas as partes, Israel e Hamas, apresentaram exigências que dificultaram o avanço das conversas. No entanto, a aceitação do Hamas desta proposta pode sinalizar uma nova fase nas discussões, que, se bem-sucedida, traria alívio para a população da Faixa de Gaza, afetada gravemente pelo conflito.
Por sua parte, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou a notícia do cessar-fogo. "Temos um acordo para os reféns no Oriente Médio. Eles serão liberados em breve. Obrigado!", escreveu Trump em suas redes sociais.
O número de mortos na Faixa de Gaza devido aos ataques indiscriminados israelenses ultrapassou 46 mil desde 7 de outubro de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza. Em outubro de 2023, Israel foi alvo de uma operação militar sem precedentes com foguetes lançados da Faixa de Gaza, governada pelo movimento palestino Hamas.
Além disso, militantes palestinos invadiram as áreas fronteiriças, abriram fogo contra militares e civis e fizeram reféns. Cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas durante o ataque. Mais de 250 pessoas foram capturadas no ataque e levadas para a Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades israelenses.
As ações de resposta feitas de forma indiscriminada por Israel foram alvo, em dezembro de 2023, de uma queixa na Corte Internacional de Justiça (CIJ), apresentada pela África do Sul. Pretória pediu a adoção de medidas provisórias contra autoridades israelenses diante de ações consideradas genocidas. A África do Sul alegou que os ataques e omissões de Israel na Faixa de Gaza violam obrigações sob a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Israel alega estar se defendendo de ataques terroristas e contesta a ação. O governo brasileiro declarou apoio ao processo sul-africano.
Em janeiro de 2024, a CIJ ordenou que Israel tomasse todas as medidas necessárias para prevenir o genocídio na Faixa de Gaza, punisse os defensores do genocídio contra os palestinos e garantisse o fluxo de ajuda humanitária para o povo de Gaza. No entanto, não obrigou Israel a interromper a ofensiva, como havia solicitado a África do Sul na ação judicial. Diversos países, incluindo o Brasil, apoiam o processo contra Israel.
Em novembro de 2024, a CIJ emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant e lideranças do Hamas, citando crimes de guerra. Tanto Israel quanto o Hamas negam cometer crimes de guerra.
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