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Holocausto palestino em Rafah não cruzou 'linha vermelha' de Biden, diz a Casa Branca

Ataque israelense a um campo de refugiados no sul da Faixa de Gaza, com uso de armas fornecidas pelos Estados Unidos, matou mais de 40 civis palestinos

(Foto: Reuters )

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247 - O recente ataque aéreo israelense em Rafah, que resultou na morte de mais de 40 civis palestinos, foi classificado pelas autoridades de Defesa dos Estados Unidos como uma 'tragédia devastadora'. No entanto, segundo Washington, o incidente não ultrapassou a "linha vermelha" estabelecida pelo presidente Joe Biden, segundo o jornal O Globo.

O ataque, que causou um grande incêndio em um campo de deslocados pela guerra, utilizou bombas fabricadas nos EUA, conforme apontam especialistas em armamentos. Esta revelação surge em um momento crítico, em que a política americana de apoio militar a Israel é fortemente questionada tanto interna quanto externamente.

John Kirby, porta-voz da Casa Branca, em uma conferência de imprensa, lamentou as mortes civis em Rafah, descrevendo-as como “devastadoras”. Kirby, no entanto, enfatizou que a magnitude do ataque não justifica uma mudança na política dos EUA em relação a Israel. "Não queremos ver uma grande operação terrestre", afirmou, referindo-se à atual movimentação de tanques de guerra. Segundo Kirby, uma operação terrestre coordenada em larga escala em Rafah é o cenário que Washington busca evitar, e que não se concretizou até o momento.

A política de Joe Biden sobre o conflito, sob pressão crescente de membros do seu próprio partido, prevê a limitação do envio de armas a Israel. Em uma entrevista recente à CNN, Biden deixou claro que os EUA não forneceriam armamentos para ataques em Rafah. Entretanto, a análise de especialistas e evidências coletadas no terreno revelam um quadro mais complexo.

Especialistas em armamentos, incluindo Trevor Ball, ex-técnico de eliminação de munições explosivas do Exército dos EUA, identificaram a utilização da bomba GBU-39, de fabricação americana, no ataque. Ball destacou características específicas dos destroços, como o sistema de atuação da cauda e o padrão exclusivo do parafuso da arma. As imagens dos destroços, capturadas pelo jornalista palestino Alam Sadeq, mostraram números identificadores que traçaram a origem das peças ao fabricante Woodward, com sede no Colorado.

A situação expõe uma dissonância entre as intenções declaradas pelo governo Biden e a realidade no terreno, onde armamentos americanos continuam a ser utilizados em ofensivas que resultam em baixas civis.

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