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    Lula está "muito preocupado" com o avanço da extrema direita no mundo e levará esta discussão ao G7, diz Celso Amorim

    "O problema da extrema direita não é apenas o que ela pode fazer no poder. É como ela já influencia nos dias de hoje", alertou o ex-chanceler

    Celso Amorim (Foto: Agência Brasil )

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    247 - Assessor especial do presidente Lula (PT) para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim afirmou a Jamil Chade, do UOL, que o mandatário está "muito preocupado" com o avanço da extrema direita no mundo. Nas recentes eleições para o parlamento europeu, houve um notável avanço dos extremistas.

    "Claro que preocupa", respondeu Amorim ao ser questionado sobre o crescimento da extrema direita na Europa, além da eleição de Javier Milei na Argentina e do possível retorno de Donald Trump à Casa Branca. "Eu ainda tenho esperança de que isso mude, que seja algo passageiro. Tem havido muitas oscilações ao longo da história. Mas nunca houve, desde 1945, um crescimento da extrema direita dessa forma".

    "O que chama a atenção é que não é uma divisão entre a extrema direita e extrema esquerda. Hoje, a polarização é entre a extrema direita e a centro-direita e, apenas ocasionalmente, com a centro-esquerda. Ela (centro-esquerda) tem caído muito. Mesmo partidos centristas, como o de Emmanuel Macron. A social-democracia alemã, salvo no período nazista, teve seu menor índice desde o século 19. É impressionante e fico pensando: para onde vai o mundo Obviamente, temos de apoiar os não-extremistas", acrescentou.

    O ex-chanceler salientou que a extrema direita causa estragos não só quando está no poder: "temo que concessões sejam feitas por governos em temas como imigração. O problema da extrema direita não é apenas o que ela pode fazer no poder. É como ela já influencia nos dias de hoje, com alianças. O medo de perder votos para a extrema direita acaba levando governos a adotar políticas mais à direita. Eu acho que isso não é bom".

    Amorim disse que o presidente Lula pretende debater o assunto com os líderes do G7 nesta semana. "Creio que certamente. O presidente Lula é muito preocupado com esse tema. Já manteve conversas antes mesmo das eleições na Europa com Pedro Sanchez e outras pessoas que têm afinidades para ver o que fazer. Mas agora precisamos pensar mais fundo. Na Europa, a extrema direita estava num canto. Mas agora é preocupante. Toda a ideia de um acordo entre Mercosul e UE estava ligada a ter um equilíbrio. Não sei como será".

    Perguntado sobre uma possível coalizão entre as democracias para fazer frente à extrema direita, Celso Amorim disse haver "um pensamento forte sobre isso". "No caso do Brasil, jogamos com duas posições: a aliança com sociais-democratas pelo mundo e a aliança com os países em desenvolvimento, como o Brics. É um mundo complicado. Temos uma forma muito complicada da organização do poder. As ameaças e os conflitos abertos estão aí. Na Ucrânia, as superpotências se opõem. Ao mesmo tempo, o conflito de Israel engole tudo e mexe com as políticas internas dos países. De fato, Gaza é mais perigosa que a Ucrânia, neste sentido".

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