Macron enfrenta pressão e incerteza após queda de governo na França
Moção de censura impulsionada por forças extremas aprofunda crise política e financeira do país
247 - O presidente francês Emmanuel Macron enfrenta um dos momentos mais críticos de sua gestão nesta quinta-feira (5), após a queda do governo liderado por Michel Barnier. A crise foi desencadeada pela aprovação de uma moção de censura no Parlamento, em um movimento impulsionado por uma aliança incomum entre a esquerda radical e a extrema direita de Marine Le Pen. A situação política instável coloca a França, a segunda maior economia da União Europeia, em um cenário de incerteza que pode ter implicações de longo prazo. A informação foi inicialmente divulgada por ING Economics e outros analistas econômicos, que apontam para "uma nova era de instabilidade política", destaca a AFP.
O agora ex-primeiro-ministro Michel Barnier deve formalizar sua renúncia ainda hoje, após seu governo ser derrubado na quarta-feira (4). A crise se intensificou em meio à tentativa de aprovar o orçamento de 2025, que continha medidas de austeridade consideradas indispensáveis para estabilizar as finanças públicas, mas rejeitadas pela maioria legislativa. Essa rejeição resultou na renovação automática do orçamento atual, caso um novo plano não seja aprovado rapidamente — algo que, segundo especialistas, parece improvável.
Impasse no Parlamento e incertezas econômicas
O Parlamento francês está dividido em três blocos irreconciliáveis: esquerda, centro direita e extrema direita, o que tem dificultado qualquer avanço legislativo. "A França possivelmente não terá um orçamento para 2025", advertiu o ING Economics, destacando as implicações de longo prazo para a economia. A agência Moody's, por sua vez, alertou que a situação aprofunda a "estagnação política" e prejudica os esforços de consolidação das finanças públicas.
Macron sob pressão
Com dois anos de mandato ainda pela frente, Macron precisa agir rapidamente para nomear um sucessor para Barnier. Entre os possíveis candidatos ao cargo de primeiro-ministro estão nomes como o ministro da Defesa, Sébastien Lecornu; o líder centrista François Bayrou, aliado próximo de Macron; e o ex-primeiro-ministro socialista Bernard Cazeneuve. No entanto, o presidente enfrenta oposição crescente: alguns críticos já pedem sua renúncia, enquanto o presidente da Assembleia Nacional, Yael Braun-Pivet, insiste que Macron deve agir com celeridade para restaurar a estabilidade política.
O presidente discursará à nação às 20h (16h em Brasília), em um momento em que a pressão por respostas concretas é crescente. Sua capacidade de unir o Parlamento e avançar com uma agenda viável será fundamental para conter a crise política e econômica.
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