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    Macron recusa indicação de Lucie Castets para premiê da França e provoca crise na esquerda local

    Macron gerou indignação ao recusar a nomeação de Lucie Castets para o cargo de primeira-ministra, decisão denunciada como "negação da democracia"

    Emmanuel Macron (Foto: Kay Nietfeld/Pool via Reuters)

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    247 - O presidente Emmanuel Macron gerou uma onda de indignação na esquerda francesa ao recusar a nomeação de Lucie Castets para o cargo de primeira-ministra, uma decisão que foi imediatamente denunciada como um "deni de démocratie" (negação da democracia) pelos líderes da aliança de esquerda, segundo o jornal Le Monde. A medida, anunciada pelo Palácio do Eliseu sob o pretexto de preservar a "estabilidade institucional", acabou por unir as fileiras do Novo Front Popular (NFP) contra o chefe de Estado.

    Macron, aparentemente buscando enfraquecer a aliança de esquerda ao isolar o movimento La France insoumise (LFI), liderado por Jean-Luc Mélenchon, pode ter obtido o efeito contrário. A rejeição de Castets, uma candidata forte e amplamente apoiada pelos partidos de esquerda, foi vista como um ataque direto à vontade popular expressa nas urnas.

    Jean-Luc Mélenchon, um dos principais alvos dessa manobra, reagiu rapidamente, alertando sobre a gravidade da situação. "O presidente da República acaba de criar uma situação de gravidade excepcional. A resposta popular e política deve ser rápida e firme", declarou em suas redes sociais. Manuel Bompard, coordenador do LFI, reforçou a crítica, sublinhando que "em nenhuma democracia do mundo, o presidente da República tem direito de veto sobre o resultado das eleições".

    A insatisfação não ficou restrita ao LFI. Olivier Faure, líder do Partido Socialista (PS), criticou duramente a decisão de Macron, lembrando que a República Francesa foi fundada com base no repúdio ao poder pessoal. Patrick Kanner, líder do PS no Senado, expressou sua indignação ao qualificar a atitude do presidente como um "cinismo assumido", apontando que os macronistas obtiveram apenas um terço dos votos nas eleições legislativas antecipadas.

    Fabien Roussel, líder do Partido Comunista Francês (PCF), também se mostrou preocupado, afirmando que Macron está abrindo uma crise grave em um momento em que o povo francês manifestou um desejo claro de mudança nas duas últimas eleições. Por sua vez, Marine Tondelier, líder dos ecologistas, considerou "vergonhoso" o argumento de estabilidade usado por Macron, especialmente após uma dissolução parlamentar inesperada.

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