Mais um estudante pró-Palestina da Universidade Columbia é preso nos EUA

Reuters – 14 de abril – Um juiz federal do estado de Vermont, nos Estados Unidos, determinou na segunda-feira que o governo do presidente Donald Trump está proibido de deportar o estudante da Universidade Columbia e ativista pró-Palestina Mohsen Mahdawi, que foi preso ao comparecer à etapa final de sua solicitação de cidadania americana.

O juiz distrital William Sessions ordenou que Trump e outros altos funcionários do governo se abstenham de retirar Mahdawi dos EUA ou transferi-lo para fora do estado de Vermont.

Mahdawi nasceu e foi criado em um campo de refugiados na Cisjordânia e, segundo seus advogados, planeja retornar à Columbia para cursar um mestrado no outono de 2025.

“O governo deixou claro que pretende retaliar e punir indivíduos como o Sr. Mahdawi, que defendem o cessar-fogo e o fim do derramamento de sangue em Gaza”, escreveram os advogados do estudante em uma petição judicial.

O caso de Mahdawi guarda semelhanças com o de Mahmoud Khalil, também estudante palestino da Universidade Columbia, detido na região de Nova York em 8 de março e transferido para um centro de detenção na Louisiana, com vistas à deportação.

Na última sexta-feira (11), um juiz de imigração da Louisiana autorizou a deportação de Khalil, permitindo que o governo Trump avance com sua ofensiva contra estudantes estrangeiros pró-Palestina que estão legalmente no país e não enfrentam nenhuma acusação criminal.

Autoridades da gestão Trump alegam que estudantes com visto que apoiam a causa palestina ou criticam a conduta de Israel na guerra em Gaza representam uma ameaça à política externa dos EUA. Críticos da administração afirmam que essas medidas violam os direitos constitucionais de liberdade de expressão.

“Não se pode fazer desaparecer pessoas por exercerem seus direitos garantidos pela Primeira Emenda”, disse o senador democrata Chris Van Hollen, de Maryland, em vídeo divulgado na segunda-feira.

Um amigo de Mahdawi divulgou um vídeo em que o estudante é levado por agentes do Departamento de Segurança Interna, saindo algemado do escritório de imigração e fazendo o gesto de paz com as mãos.

O senador Bernie Sanders e outros membros da bancada de Vermont no Congresso classificaram a prisão como “imoral, desumana e ilegal”, defendendo que Mahdawi, residente legal nos EUA, tem direito ao devido processo legal e deve ser libertado imediatamente.

“Mahdawi entrou em um escritório de imigração para o que deveria ser a etapa final de seu processo de cidadania. Em vez disso, foi preso e levado algemado por indivíduos armados, à paisana e com os rostos cobertos”, disseram os parlamentares em nota conjunta.

O governo Trump tem resistido a outras decisões judiciais em matéria de imigração. Em um caso recente, afirmou que não pretende buscar o retorno de Kilmar Abrego Garcia, cidadão salvadorenho deportado por engano e atualmente preso em El Salvador.