Microsoft reavalia projetos de data centers em meio a mudanças no mercado de IA e tarifaço de Trump
Gigante da tecnologia ajusta planos de expansão global enquanto enfrenta desafios na demanda por serviços de inteligência artificial
247 - A Microsoft está reconsiderando seus projetos de data centers em diversas regiões do mundo, indicando uma revisão estratégica em suas operações voltadas para inteligência artificial (IA) e serviços em nuvem. As informações são da Bloomberg.
A gigante norte-americana da tecnologia interrompeu negociações ou adiou o desenvolvimento de instalações na Indonésia, Reino Unido, Austrália, Illinois, Dakota do Norte e Wisconsin.
A Microsoft se torno reconhecida como líder na comercialização de serviços de IA, em grande parte devido à sua parceria com a OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT e outras soluções deste mercado.
Demanda do mercado de IA por centro de dados pode estar inflacionada
Investidores acompanham de perto os planos de gastos da empresa para avaliar a demanda futura por serviços em nuvem e IA. No entanto, a recente retração nos projetos de data centers levanta questões sobre as expectativas de demanda e os desafios temporários na construção, como escassez de energia e materiais.
Alguns investidores interpretam essa movimentação como um sinal de que as projeções de compras de serviços de IA não justificam os investimentos massivos em data centers. Essas preocupações têm impactado negativamente as ações de empresas de tecnologia, especialmente fabricantes de chips como a Nvidia Corp., que dependem significativamente dos orçamentos de data centers. As ações da Microsoft registraram uma queda de 2,3%, sendo cotadas a US$ 373,32 às 10h34 em Nova York, refletindo uma desvalorização de aproximadamente 9% no acumulado do ano.
A Microsoft reconheceu as mudanças em seus planos de data centers, mas não forneceu detalhes específicos sobre os projetos afetados. Um porta-voz da empresa afirmou: "Planejamos nossas necessidades de capacidade de data center com anos de antecedência para garantir que tenhamos infraestrutura suficiente nos lugares certos. À medida que a demanda por IA continua a crescer e nossa presença em data centers continua a se expandir, as mudanças que fizemos demonstram a flexibilidade de nossa estratégia."
Recentemente, a Microsoft retirou-se de negociações para alugar um espaço entre Londres e Cambridge, no Reino Unido, em um local conhecido por sua capacidade de hospedar chips avançados da Nvidia. Além disso, a empresa interrompeu negociações para espaço de data center próximo a Chicago e pausou trabalhos em partes de um campus de data center na Indonésia.
A empresa também colocou em espera algumas expansões planejadas em Mount Pleasant, Wisconsin, parte de um complexo visitado pelo então presidente Joe Biden. Durante os primeiros seis meses de desenvolvimento do projeto em Wisconsin, a Microsoft investiu US$ 262 milhões em construção, com quase US$ 40 milhões destinados apenas ao concreto.
Analistas têm intensificado a análise dos gastos com data centers desde que a empresa chinesa DeepSeek anunciou, em janeiro, a criação de um serviço de IA competitivo utilizando menos recursos que as principais empresas dos EUA. Novas técnicas de engenharia podem reduzir a necessidade de poder computacional para IA, afetando os planos de expansão de infraestrutura.
Tarifaço de Trump também tensiona a conjuntura
Preocupações adicionais surgiram após o anúncio, em 2 de abril de 2025, de novas tarifas globais pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As chamadas tarifas "Dia da Libertação" impõem uma taxa base de 10% sobre todas as importações, com tarifas adicionais para países com altos déficits comerciais com os EUA, incluindo 34% sobre produtos chineses.
Essas medidas geraram quedas nos mercados globais e promessas de retaliação de vários países, aumentando a incerteza econômica e potencialmente impactando investimentos em infraestrutura tecnológica.
A Microsoft afirma permanecer comprometida em investir cerca de US$ 80 bilhões na construção de data centers no ano fiscal que termina em junho. A empresa indicou que o próximo ano fiscal terá um ritmo mais lento de novos gastos em infraestrutura, com foco na adequação de instalações existentes com servidores e outros equipamentos.
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