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    Milícia apoiada por Ruanda diz que capturou grande cidade no Congo democrático

    Governo da República Democrática do Congo convocou mobilização nacional

    Civis deslocados internamente dos campos de Munigi e Kibati transportam os seus pertences enquanto fogem na sequência da luta entre os rebeldes M23 e as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC), em Goma, leste da República Democrática do Congo, 26 de janeiro de 2025 (Foto: REUTERS/Aubin Mukoni)
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    247 - O governo da República Democrática do Congo (RDC) reafirmou nesta segunda-feira (27) que não cederá território a Ruanda e à milícia M23, apoiada pelo país vizinho. A declaração foi feita pelo porta-voz do governo congolês, Patrick Muyaya, em meio à grave crise no leste do país.

    De acordo com o jornal The Guardian, tropas ruandesas invadiram o território congolês no último sábado (25), e o grupo rebelde M23 capturou a estratégica cidade de Goma, capital da província Quivu do Norte, após impor um prazo de 48 horas para que o exército da RDC se rendesse. Algumas unidades militares começaram a entregar suas armas às forças de paz da ONU presentes em Goma, segundo comunicado do exército uruguaio, que integra a Missão das Nações Unidas na RDC.

    Em resposta à perda de Goma, uma cidade rica em recursos minerais e de grande importância estratégica, o governo congolês convocou a população à resistência. "O governo continua a trabalhar para evitar a carnificina e perda de vidas em vista das intenções manifestas de Ruanda... Apelamos a todos os congoleses, onde quer que estejam no mundo, a mobilizarem-se em apoio aos nossos compatriotas... Nenhum centímetro será abandonado!!!", declarou Muyaya em publicação na plataforma X.

    Mais cedo, os rebeldes do M23, liderados por tutsis, confirmaram que haviam tomado o controle da cidade, capital da província de Quivu do Norte, que faz fronteira com Ruanda. A RDC acusa Ruanda de tentar explorar as riquezas minerais da região leste do país, algo que o governo de Kigali nega. A queda de Goma representa a pior escalada do conflito de longa duração em mais de uma década.

    Diante da escalada do conflito, o presidente do Quênia, William Ruto, afirmou que os líderes do Congo e de Ruanda confirmaram presença em uma cúpula para tratar da crise, marcada para quarta-feira.

    No domingo, o Conselho de Segurança da ONU ordenou a suspensão imediata da ofensiva do M23 no leste do Congo, condenando o "contínuo desrespeito flagrante pela soberania e integridade territorial [do Congo]" e pedindo a retirada de "forças externas". O secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou o apelo, instando Ruanda a retirar suas tropas do território congolês e a cessar o apoio ao M23.

    Os combates na RDC já resultaram no deslocamento interno de mais de 7 milhões de pessoas, agravando a crise humanitária.

    O M23, que também capturou Goma em 2012, concordou em retirar-se da cidade poucos dias após a ocupação.

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