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    Morte de Nasrallah é um "golpe devastador" e desencadeará escalada de violência, afirma estudioso libanês

    Especialista em assuntos do Oriente Médio aponta que a morte do líder do Hezbollah aumentará as tensões e pode redesenhar a dinâmica de poder na região

    Retrato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, 19/09/2024 (Foto: REUTERS/Aziz Taher)

    247 - A morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, confirmada após um ataque aéreo israelense em Beirute, representa um "golpe devastador" para o grupo e seus aliados, segundo o estudioso libanês Dr. Imad Salamey. Nasrallah, que era uma figura de grande importância simbólica e estratégica para o Hezbollah e o chamado Eixo de Resistência liderado pelo Irã, foi alvo de um ataque massivo realizado pela Força Aérea Israelense, usando mais de 80 bombas, incluindo destruidoras de bunkers de fabricação americana. 

    Em entrevista à Sputnik, Salamey explicou que a perda de Nasrallah “não é apenas um revés militar, mas também um golpe moral para o Hezbollah”, considerando sua liderança crucial nas vitórias políticas e militares do grupo, além de sua influência sobre movimentos aliados como os Houthis no Iêmen e seu apoio ao governo sírio de Bashar al-Assad. “Nasrallah foi o rosto do Hezbollah e uma figura de enorme importância dentro da aliança regional liderada pelo Irã”, destacou o acadêmico.

    O professor também apontou que os recentes ataques aéreos israelenses já haviam causado “danos substanciais” à estrutura de comando do Hezbollah, tornando o momento ainda mais delicado para o grupo. “Esses ataques prejudicaram as capacidades de comando e controle do Hezbollah, criando desafios significativos para que o grupo se reorganize”, observou.

    Com a morte de Nasrallah, é esperado que Sayyed Hashem Safieddine, seu primo materno e chefe do conselho executivo do Hezbollah, assuma a liderança, embora o professor tenha ressaltado que Safieddine “não possui o mesmo carisma público” que Nasrallah. 

    O ataque, que foi codinomeado “Nova Ordem” pelas Forças de Defesa de Israel, também reflete uma tentativa de Israel de “redesenhar a dinâmica política e de segurança no Líbano e na região de maneira mais favorável a Tel Aviv”, disse Salamey. Em resposta, o Hezbollah já prometeu continuar sua campanha contra Israel, enquanto o exército israelense advertiu que possui outras ferramentas à disposição para "alcançar aqueles que ameaçam os cidadãos de Israel". 

    A operação israelense gerou duras críticas da Rússia, que condenou “mais um assassinato político cometido por Israel” e expressou preocupações sobre o risco de um novo surto de violência na região. Iranianos e outros aliados do Hezbollah, como os Houthis e o Hamas, também prestaram condolências e prometeram seguir o caminho de resistência traçado por Nasrallah.

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