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    Netanyahu alerta o Irã e diz que Israel pode atingir qualquer alvo após eliminação de Nasrallah

    Assassinato do líder reafirma poder militar israelense, segundo primeiro-ministro

    Benjamin Netanyahu, mostra um mapa do Irã e aliados com a inscrição "a maldição" (Foto: Eduardo Munoz/ Reuters)

    247 – O governo de Israel realizou uma operação militar que resultou na morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, na sexta-feira. O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, em pronunciamento no sábado, afirmou que o feito pode redesenhar as estruturas de poder no Oriente Médio. Em uma advertência direta ao Irã, Netanyahu deixou claro que Israel está preparado para atacar em qualquer lugar da região, caso seja necessário. As declarações foram divulgadas pelo The Times of Israel, reforçando a gravidade da situação.“Nasrallah não era apenas mais um terrorista. Ele era o terrorista,” disse Netanyahu, enfatizando a importância da eliminação do líder como um passo essencial para garantir a segurança dos cidadãos do norte de Israel. “Eliminar Nasrallah era uma condição essencial para alcançar os objetivos que traçamos: devolver os moradores do norte às suas casas em segurança e mudar o equilíbrio de poder na região por anos."

    A operação israelense, que ocorreu no sul de Beirute, foi o culminar de uma série de ataques aéreos que já haviam enfraquecido significativamente a liderança do Hezbollah. Segundo informações, Nasrallah vinha sendo monitorado há meses, mas a ordem de ataque foi dada somente na sexta-feira, após o alto escalão militar de Israel perceber que poderia perder a oportunidade de eliminar o líder inimigo.

    Estratégia e Alerta ao Irã

    Em sua declaração, Netanyahu também lançou um alerta ao Irã, principal financiador e fornecedor de armas ao Hezbollah. Ele deixou claro que a "longa mão de Israel" pode atingir qualquer alvo, seja no Irã ou em qualquer outro lugar no Oriente Médio. “Quem nos ataca, será atacado. Não há lugar no Irã ou no Oriente Médio fora do alcance de Israel. E agora vocês sabem como isso é verdade,” afirmou.

    A morte de Nasrallah, que há mais de uma década se mantinha afastado da vida pública para evitar atentados, foi considerada uma mudança crítica nas dinâmicas regionais. Especialistas apontam que o Hezbollah, braço mais poderoso do Irã na região, sofrerá um duro golpe em sua capacidade de resposta e de coordenação, o que pode alterar o curso dos conflitos no Líbano e na Síria.

    Reações e Consequências

    Apesar das perdas significativas, o Hezbollah continuou a lançar ataques no sábado, disparando mais de 100 foguetes contra Israel, sendo um deles direcionado a Jerusalém. Foi a primeira vez que o grupo mirou a capital israelense, intensificando ainda mais as tensões. No entanto, Israel manteve suas ofensivas, com mais de 3.500 munições lançadas contra alvos estratégicos do Hezbollah na última semana, destruindo arsenais de foguetes, mísseis e drones.

    A operação também teve como alvo as rotas de contrabando de armas entre a Síria e o Líbano, em uma tentativa de impedir o fluxo de armamento iraniano para o Hezbollah. Fontes locais relataram ataques aéreos na cidade de Albukamal, próximo à fronteira sírio-iraquiana, uma área conhecida por ser um corredor importante para o contrabando de armas.

    Netanyahu destacou que a eliminação de Nasrallah fortalece as chances de um acordo para o retorno de reféns israelenses mantidos pelo Hamas. “Quanto mais Sinwar (líder do Hamas) vê que o Hezbollah não virá em seu auxílio, maiores são as chances de retorno dos nossos reféns,” declarou o premiê.

    Impactos Internacionais

    A operação israelense teve repercussão internacional, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressando apoio ao ataque que eliminou Nasrallah, chamando-o de "uma medida de justiça". No entanto, Biden também renovou seus apelos por cessar-fogo tanto entre Israel e o Hezbollah quanto no conflito com o Hamas em Gaza.

    No Líbano, a resposta ao assassinato de Nasrallah tem gerado manifestações e um aumento das tensões políticas e sociais, especialmente nas áreas controladas pelo Hezbollah, onde o grupo continua a contar com amplo apoio.

    A morte do líder do Hezbollah pode desencadear uma série de reações em cadeia, e a pergunta que fica no ar é se o Oriente Médio está à beira de um conflito ainda maior ou se essa ação israelense será suficiente para garantir uma trégua no curto prazo.

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