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Ocidente semeou ódio e radicalismo na Ucrânia, afirma Putin

Presidente russo acusa potências ocidentais de transformarem a Ucrânia em uma "colônia militar" contra a Rússia

Presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia) mais tropas russas em solo ucraniano ao fundo (Foto: Reuters)

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247 – Em uma declaração contundente feita durante o Dia da Reunificação das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk com a Rússia, o presidente Vladimir Putin acusou as potências ocidentais de promoverem sistematicamente o ódio e o nacionalismo radical na Ucrânia, visando desestabilizar a região e provocar a Rússia. A informação foi divulgada pela Sputnik Brasil em 30 de setembro de 2024.

Segundo Putin, o Ocidente teria transformado a Ucrânia em uma "colônia militar", preparada para servir de base para ações contra a Rússia. "As elites ocidentais transformaram a Ucrânia em uma cabeça de ponte militar que tem como alvo a Rússia", declarou o líder russo em um vídeo. Ele também ressaltou que, durante oito anos, a população da região de Donbass teria sido oprimida por bombardeios e bloqueios constantes realizados pelo governo ucraniano.

Ainda de acordo com Putin, o apoio ocidental às forças de Kiev não é algo recente. Ele mencionou que desde o golpe de Estado de 2014, que derrubou o governo pró-Rússia na Ucrânia, os moradores de Donbass resistiram àquilo que chamou de "ditadura neonazista" imposta por Kiev, que, segundo ele, tinha como objetivo separar permanentemente a região da Rússia.

Putin também destacou que o Ocidente estava preparando o exército ucraniano para mais um conflito com o sudeste do país, com foco especial na Crimeia. "O Ocidente preparava o exército ucraniano para uma nova guerra, tal como fizeram em 2014, quando a Crimeia foi o alvo de suas operações punitivas", afirmou.

A acusação de Putin vem em meio a um cenário cada vez mais tenso no conflito entre Rússia e Ucrânia, que já se arrasta por mais de uma década desde os primeiros embates no leste ucraniano. As declarações do presidente russo visam consolidar a narrativa de que a Rússia não teria alternativa senão defender seus interesses contra o que considera ser uma agressão patrocinada pelo Ocidente.

Reações internacionais

As acusações de Putin alimentam ainda mais o debate sobre o papel do Ocidente no conflito ucraniano. Enquanto a Rússia mantém sua versão de que as potências ocidentais estão fomentando uma guerra por procuração na Ucrânia, os países da OTAN e seus aliados defendem que estão apenas auxiliando um país soberano a resistir à invasão russa.

O governo ucraniano, por sua vez, nega veementemente as alegações de nacionalismo extremo e de ser um "peão" dos interesses ocidentais, e afirma que sua luta é por liberdade e independência. O presidente Volodymyr Zelensky, em discurso recente nos Estados Unidos, reforçou que a Ucrânia precisa de mais apoio internacional, especialmente em armamento, para continuar sua luta contra a invasão russa.

Contexto histórico

O conflito na Ucrânia remonta a 2014, quando a Crimeia foi anexada pela Rússia após um referendo não reconhecido internacionalmente. Desde então, as regiões de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano, proclamaram independência com apoio russo, levando a uma guerra civil que escalou com a invasão russa em fevereiro de 2022.

Para o governo russo, a intervenção foi uma resposta necessária para proteger as populações de língua russa no leste da Ucrânia e garantir a segurança nacional da Rússia. Entretanto, para o Ocidente e a maior parte da comunidade internacional, trata-se de uma violação flagrante do direito internacional e da soberania ucraniana.

As palavras de Putin reforçam a postura de Moscou no cenário internacional e deixam claro que a Rússia continuará a retratar o conflito como uma luta de resistência contra o domínio ocidental. Em contrapartida, o Ocidente continuará seu apoio à Ucrânia, aumentando a tensão e o risco de uma escalada ainda maior no conflito.

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