Países se preparam para reabrir embaixadas na Síria e retomar diálogo

247 - Uma delegação de diplomatas do Catar chegou à Síria para concluir os preparativos para a reabertura da embaixada do Catar em Damasco, informou a agência de notícias catariana QNA, citando o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majid Al Ansari.

Durante reuniões com o governo de transição na Síria, a delegação reiterou o apoio total do Catar ao povo sírio irmão na busca por paz, segurança, desenvolvimento e prosperidade, afirmou o porta-voz. A delegação discutiu com as autoridades sírias um possível aumento no volume de ajuda humanitária enviada ao país, acrescentou ele.

De acordo com a agência, a embaixada será reaberta nesta terça-feira (17), com Khalifa Abdullah Al Mahmoud Al Sharif como encarregado de negócios. Anteriormente, Al Ansari havia informado que o emirado reabriria em breve sua embaixada na Síria, fechada desde 2011 devido à rejeição das políticas do ex-presidente Bashar Assad. Na última sexta-feira, uma fonte oficial do Catar disse à Sputnik que uma delegação de alto nível viajaria em breve à Síria para discutir com o governo de transição a retomada da missão diplomática catariana em Damasco e o envio de ajuda humanitária ao país.

Irã - A embaixada e o consulado do Irã na Síria poderão retomar suas atividades em breve, afirmou o embaixador iraniano em Damasco, Hossein Akbari, durante uma transmissão ao vivo na televisão estatal.

"Estamos falando sobre a retomada das atividades de nosso consulado, e imediatamente começamos nossas operações", citou a agência iraniana SNN, em um trecho do discurso de Akbari. "Esperamos que a embaixada lá comece a funcionar em breve."

Anteriormente, Akbari negou relatos divulgados pela mídia iraniana e árabe sobre o suposto saque de US$ 43,7 milhões e várias remessas de ouro por grupos armados durante o ataque à embaixada iraniana em Damasco.

União Europeia, EUA e Reino Unido retomam diálogo - O representante da União Europeia para a Síria já visitou Damasco para estabelecer contatos com as novas autoridades sírias, afirmou nesta segunda-feira (16) a chefe de política externa da UE, Kaja Kallas.

"Anunciei mais cedo que nosso principal diplomata iria a Damasco. Ele já esteve lá. Não é o enviado especial, mas o chefe da delegação atualmente estacionada em Beirute, que foi a Damasco e realizou algumas reuniões. O objetivo é manter contato com as novas autoridades do país", disse Kallas durante uma coletiva de imprensa após a reunião ministerial de Relações Exteriores da UE em Bruxelas.

A embaixada da Síria em Washington será reaberta nesta segunda-feira, informou o canal da oposição armada síria Syria TV, citando fontes. Em março de 2014, os Estados Unidos suspenderam as relações diplomáticas com a Síria e fecharam a embaixada e os consulados sírios no país.

Os Estados Unidos tiveram mais de uma comunicação com o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), grupo terrorista que liderou a ofensiva contra o presidente Bashar al-Assad, na última semana sobre a situação na Síria, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, nesta segunda-feira.

"Não vou entrar nesse nível de detalhe, mas diria que tivemos mais de uma comunicação com o HTS na última semana", disse Miller a jornalistas.

No último domingo, o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, anunciou que o Reino Unido havia estabelecido contato diplomático com a oposição armada síria, apesar de seu principal grupo, o HTS, ainda ser considerado uma organização terrorista.

Rússia - Não há decisões finais sobre as bases militares russas na Síria, e isso será definido durante o diálogo, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta segunda-feira.

"Não há decisões finais sobre essa questão no momento. Estamos em contato com representantes das forças que atualmente controlam a situação no país, e tudo isso será definido durante o diálogo", disse Peskov ao responder sobre o futuro das bases militares russas na Síria. 

A oposição armada síria capturou a capital Damasco em 8 de dezembro. Assad renunciou à presidência após negociações com participantes do conflito sírio e deixou o país rumo à Rússia, onde recebeu asilo. Mohammed al-Bashir, que liderava uma administração sediada em Idlib formada por grupos opositores, foi nomeado primeiro-ministro interino em 10 de dezembro. (Com informações da Sputnik).