Pastor bolsonarista, líder da oposição de Moçambique, retorna ao país e gera novos protestos sangrentos
Venâncio Mondlane se autoproclamou presidente; Daniel Chapo, da FRELIMO, foi declarado vencedor das eleições de outubro passado
247 - O pastor evangélico Venâncio Mondlane, que se autoproclamou presidente de Moçambique em contestação à vitória de Daniel Chapo, do partido governante FRELIMO, nas últimas eleições presidenciais, retornou ao país após mais de dois meses no exterior.
O conturbado processo eleitoral no país do sudeste africano desencadeou protestos sangrentos, resultando em dezenas de mortes. O Conselho Constitucional e a Comissão Nacional de Eleições confirmaram a vitória de Chapo, mas Mondlane rejeitou os resultados e, ao desembarcar em Maputo na quinta-feira (9), manteve suas contestações e sua já conhecida excentricidade.
“Se eles quiserem tomar posse no dia 15, então em Moçambique vamos ter dois presidentes. Vamos ter um presidente da CNE e outro Presidente de quê? Do povo. Vamos ter um Presidente do Conselho Constitucional e outro Presidente de quê? Do Povo”, declarou Mondlane ao desembarcar.
A cerimônia de posse de Chapo está marcada para o dia 15 de janeiro, mas a violência persiste, com relatos crescentes de repressão policial contra os apoiadores de Mondlane nas ruas. Durante os protestos de quinta-feira, pelo menos três pessoas morreram e várias foram baleadas.
A eleição presidencial de Moçambique ocorreu em 9 de outubro. Chapo venceu o pleito com mais de 70% dos votos, de acordo com os resultados oficiais, enquanto o candidato independente Mondlane, até recentemente apoiado pelo PODEMOS, ficou em segundo lugar, com cerca de 20%. Os resultados desencadearam agitação civil e uma onda de protestos em todo o país.
As referências internacionais de Mondlane sugerem que o cenário pode se agravar, enquanto países vizinhos, como a África do Sul, tentam intermediar o conflito. Em um vídeo gravado ainda durante a campanha presidencial, Mondlane elogiou figuras da extrema-direita brasileira, chamando Jair Bolsonaro de "homem de Deus" e referindo-se a Nikolas Ferreira como seu "irmão mais novo". (Com informações de agências).
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