Pequim reage à ofensiva dos EUA contra universitários chineses no país: "medidas discriminatórias"
Seis universidades estadunidenses receberam cartas de autoridades locais exigindo informações sobre presença de estudantes chineses em programas avançados
247 - A China criticou nesta quarta-feira (19) uma recente ofensiva dos EUA contra estudantes chineses em universidades estadunidenses. Em uma coletiva de imprensa, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, criticou as ações de Washington, acusando o governo dos EUA de usar a segurança nacional como um "falso pretexto" para justificar medidas discriminatórias contra acadêmicos chineses.
A declaração vem em resposta ao envio de cartas pelo presidente do "Comitê Selecto sobre o Partido Comunista Chinês" da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, John Moolenaar, a seis universidades dos EUA — Carnegie Mellon, Purdue, Stanford, Universidade de Illinois, Universidade de Maryland e Universidade do Sul da Califórnia — exigindo informações sobre a presença de estudantes chineses em programas avançados de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), conforme reportado pelo Global Times. Segundo Moolenaar, o governo chinês estaria infiltrando pesquisadores nessas instituições para obter acesso a tecnologias sensíveis de uso militar.
Mao Ning rebateu a acusação, destacando que os estudantes chineses representam um quarto do total de estrangeiros matriculados no ensino superior dos EUA e que a colaboração educacional beneficia ambos os países. "Educação e cooperação não apenas ampliam o intercâmbio estudantil e aprofundam a compreensão mútua entre chineses e americanos, mas também contribuem para a prosperidade econômica e o avanço científico e tecnológico dos EUA", afirmou a porta-voz.
As novas investidas contra estudantes chineses são parte de uma escalada na retórica hostil de Washington, que nos últimos anos tem intensificado restrições contra acadêmicos da China, limitando concessões de vistos e impondo barreiras a colaborações em pesquisa. Para Pequim, essas medidas são discriminatórias e prejudicam o ambiente acadêmico global, além de contrariarem os interesses dos próprios EUA, que historicamente se beneficiaram da presença de estudantes e pesquisadores internacionais.
"Instamos os EUA a cessarem o uso exagerado do conceito de segurança nacional para justificar tais medidas e a protegerem genuinamente os direitos e interesses legítimos dos estudantes chineses", declarou Mao Ning.
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