Trump alerta: "não queremos que Rússia e China se aproximem"
Presidente dos EUA diz que parceria entre Moscou e Pequim não é "natural" e busca enfraquecê-la com negociações separadas
247 - O presidente dos EUA, Donald Trump, demonstrou preocupação com a crescente aproximação entre Rússia e China e revelou planos para melhorar o relacionamento americano com as duas potências que, atualmente, se unem contra interesses norte-americanos no cenário global. As informações são da agência Bloomberg.
Trump alertou para os perigos de uma aliança sólida entre Moscou e Pequim. “Como estudante de história, que sou — e já vi tudo isso —, a primeira coisa que você aprende é que não é desejável que Rússia e China se aproximem”, afirmou o líder norte-americano logo após concluir conversas com o presidente russo Vladimir Putin.
Embora reconheça a atual proximidade entre China e Rússia, Trump acredita que a relação dos dois países não tem bases sólidas: “Provavelmente estão amistosos agora, mas nós seremos amigáveis com ambos”, assegurou.
Nos bastidores, analistas sugerem que a estratégia adotada por Trump se assemelha a um movimento “Nixon reverso”, uma referência às manobras dos EUA durante a Guerra Fria para dividir a Rússia da China, perpetrada durante o governo do republicano Richard Nixon nos anos 1970.
Secretário de Estado dos EUA pensa diferente
No entanto, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, já havia descartado essa possibilidade em fevereiro, em entrevista ao Breitbart News, ao afirmar que o objetivo dos EUA não é provocar atritos entre os dois países.
Na ocasião, Rubio deixou claro que Washington quer impedir Moscou de se tornar um parceiro subalterno de Pequim, mas ponderou: “Eu não sei se algum dia teremos sucesso completo em afastar a Rússia da relação com os chineses. Porém, também não acho positivo para a estabilidade global que Rússia e China estejam em conflito, já que ambos possuem armas nucleares.”
O receio de Trump reflete uma dinâmica recente na política internacional. A parceria russo-chinesa se intensificou consideravelmente desde que o presidente Xi Jinping declarou, dias antes da invasão russa à Ucrânia em 2022, que sua amizade com Putin não teria “limites”. Desde então, Pequim garantiu à Rússia um alívio econômico crucial diante das sanções lideradas pelos Estados Unidos e aliados.
O atual presidente americano atribuiu a aproximação entre Moscou e Pequim a decisões tomadas durante o governo do democrata Barack Obama. Segundo Trump, políticas energéticas equivocadas teriam forçado os dois países a se unirem, embora não tenha detalhado como isso ocorreu. Para Trump, governos anteriores deram vantagens injustas à China, permitindo o uso irrestrito do carvão enquanto os EUA buscavam avançar numa agenda de energia limpa.
Trump ainda não realizou nenhuma conversa oficial com Xi Jinping. As relações econômicas com a China permanecem tensas, especialmente após o governo americano aumentar tarifas sobre produtos chineses por duas vezes.
“A China precisa muito de nós em termos comerciais, mas precisamos resolver o déficit”, explicou Trump à Fox News. “E a Rússia gostaria de contar com parte do nosso poder econômico.”
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