Presidente de Taiwan aposta em retórica hostil contra a China
Lai Ching-te vem defendendo o militarismo e fechando as portas para a cooperação com a China, enquanto os EUA ampliam seu apoio ao território
247 - O novo presidente de Taiwan, Lai Ching-te, vem investindo em uma retórica de hostilidade contra a República Popular da China, acusando Pequim de autoritarismo e defendendo um incremento nas forças militares do território rebelde, que é reivindicado há décadas pelos comunistas. Seu partido, o DPP, é visto como uma força pró-independência, o que é absolutamente inaceitável para o Partido Comunista da China, que busca reunificar a pátria chinesa.
Em seu ataque mais recente, ele acusou a China de implementar um modelo de governo 'autocrata', e associou Pequim ao 'mal'. “Quero sublinhar: democracia não é um crime; é a autocracia que é o verdadeiro mal", disse o líder em uma entrevista coletiva no gabinete presidencial em Taipei, conforme citado pela Reuters nesta segunda-feira (24).
"A China absolutamente não tem direito de sancionar cidadãos de Taiwan apenas pelas opiniões que elas têm. Além disso, a China não tem o direito de perseguir os direitos do povo de Taiwan além das fronteiras”, disse o líder em uma entrevista coletiva no gabinete presidencial em Taipei, conforme citado pela Reuters.
Anteriormente, em meio a exercícios do Exército de Libertação Popular na região, ele havia dito que somente a força militar pode manter a paz com a China e que os taiwaneses não cederão à "coerção" chinesa.
Enquanto isso, Pequim vem aumentando sua pressão militar na região. Os militares taiwaneses detectaram 15 aeronaves e 6 navios das forças armadas chinesas perto da ilha nas últimas 24 horas, informou no domingo o Ministério da Defesa de Taiwan.
Taiwan tem sido governada de forma independente da China continental desde 1949. Pequim vê a ilha como sua província, enquanto Taiwan — um território com seu próprio governo eleito — sustenta que é um país autônomo. Pequim se opõe a qualquer contato oficial de estados estrangeiros com Taipei e considera a soberania chinesa sobre a ilha indisputável.
No início de junho, a porta-voz da Embaixada da China nos EUA, Liu Pengyu, disse à Sputnik que Washington deveria parar de vender armas a Taiwan e cessar o contato militar com a ilha.
Em resposta à recusa do presidente dos EUA, Joe Biden, em descartar a possibilidade de os militares dos EUA ajudarem Taiwan se Pequim lançar uma operação militar, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse no início de junho que Washington deveria parar de enviar "sinais errôneos" às forças separatistas em Taiwan. (Com agências).
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