Protestos contra Trump e Musk reúnem milhares em Washington e outras cidades dos EUA
Manifestantes criticam políticas do presidente dos Estados Unidos e cortes promovidos pela equipe de Elon Musk em agências federais
Reuters – Milhares de manifestantes tomaram as ruas de Washington, D.C., e de outras cidades dos Estados Unidos neste sábado (5), em uma ampla jornada de protestos contra o presidente Donald Trump e seu aliado bilionário Elon Musk. Segundo os organizadores, cerca de 1.200 manifestações foram planejadas em todos os 50 estados americanos, além de cidades no Canadá, no México e na Europa. O protesto representa a maior mobilização desde que Trump reassumiu a presidência em janeiro de 2025 e deu início a uma série de ordens executivas controversas que visam reformular o governo federal e ampliar os poderes presidenciais.
Os protestos atraíram uma diversidade de grupos — sindicatos, ambientalistas, ativistas LGBTQIA+, movimentos pró-Palestina e outros — em um amplo espectro de oposição às ações do governo.
Em Washington, a área do Monumento a Washington ficou tomada por milhares de pessoas sob uma leve chuva. Esperava-se que mais de 20 mil manifestantes se reunissem no National Mall. Entre os participantes estava Terry Klein, cientista biomédica aposentada de Princeton, Nova Jersey, que viajou até a capital para expressar seu descontentamento.
“Estou aqui para protestar contra as políticas de Trump em tudo — imigração, o DOGE, as tarifas desta semana, a educação. Nosso país está sob ataque, todas as instituições, tudo o que faz da América o que ela é”, afirmou.
Cartazes com os dizeres “Free Palestine” e bandeiras da Ucrânia também foram vistos entre os manifestantes. Parlamentares democratas subiram ao palco para criticar duramente as decisões do presidente.
Wayne Hoffman, 73 anos, gestor financeiro aposentado de West Cape May, Nova Jersey, destacou as consequências econômicas das políticas de Trump.
“Vai custar caro aos fazendeiros dos estados republicanos. Vai custar empregos — certamente seus fundos de aposentadoria. As pessoas já perderam dezenas de milhares de dólares”, disse.
Cortes e desmonte do funcionalismo
Com o apoio de Trump, a equipe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderada por Musk, já eliminou mais de 200 mil cargos do funcionalismo federal, que conta com 2,3 milhões de trabalhadores. Um dos casos mais alarmantes foi o da Receita Federal, que anunciou na sexta-feira (4) o corte de mais de 20 mil funcionários — cerca de 25% do total.
No sábado, centenas de pessoas protestaram diante da sede da Administração da Previdência Social, nas proximidades de Baltimore, em resposta ao corte de 7 mil funcionários e à suspensão do atendimento telefônico para milhões de beneficiários.
Entre os manifestantes estava Linda Falcao, que prestes a completar 65 anos, compartilhou sua angústia com a multidão:
“Estou apavorada, estou com raiva, estou indignada e não entendo como isso pode acontecer nos Estados Unidos. Amo este país e estou de coração partido. Eu preciso do meu dinheiro. Quero meu dinheiro. Quero meus benefícios!”
A multidão respondeu em coro: “É o nosso dinheiro!”.
Governo se defende e acusa oposição
Diante da pressão popular, a Casa Branca reagiu por meio de nota da vice-secretária de imprensa Liz Huston, que rejeitou as acusações de que Trump busca enfraquecer os programas sociais.
“A posição do presidente Trump é clara: ele sempre protegerá a Previdência Social, o Medicare e o Medicaid para os beneficiários elegíveis. Enquanto isso, os democratas querem conceder esses benefícios a imigrantes ilegais, o que levará à falência dos programas e prejudicará os idosos americanos”, afirmou.
Desde sua posse em 20 de janeiro, Trump tem assinado uma enxurrada de ordens executivas alinhadas ao projeto ultraconservador “Project 2025”, que propõe a centralização de poderes na figura presidencial. Diversas dessas ações estão sendo contestadas judicialmente, por suposto abuso de autoridade, demissões arbitrárias no serviço público, deportações e revogação de direitos de pessoas transgênero.
Protestos internacionais
Além dos Estados Unidos, o movimento também reverberou na Europa. Manifestantes se reuniram em Berlim, Frankfurt, Paris e Londres para expressar sua oposição às transformações promovidas por Trump na política externa e interna do país.
As manifestações deste sábado deixaram claro que, apesar do retorno de Trump ao poder, a resistência popular permanece ativa, diversa e determinada a defender as instituições democráticas norte-americanas.
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