Putin chega à Coreia do Norte com promessa de apoio
Presidente da Rússia prometeu apoiar o líder norte-coreano, Kim Jong Un, contra os Estados Unidos
247 - O presidente russo, Vladimir Putin, chegou à Coreia do Norte na quarta-feira (19, horário local), para a sua primeira visita em 24 anos, prometendo aprofundar relações comerciais e de segurança com o país e apoiá-lo contra os Estados Unidos.
Putin e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, apertaram as mãos, abraçando-se e conversando ao lado do avião de Putin. O chefe do Kremlin aterrissou em Pyongyang aproximadamente às 2h45, horário local, após uma escala no extremo leste da Rússia. Os líderes entraram na mesma limusine e andaram juntos ao hotel de Putin.
A delegação russa inclui o ministro da Defesa, Andrei Belousov, o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, o primeiro vice-primeiro-ministro, Denis Manturov, o vice-primeiro-ministro, Alexander Novak, e o chefe da Roscosmos, Yuri Borisov, entre outros.
Putin elogiou Pyongyang antes da sua chegada por resistir ao que disse serem pressão econômica, chantagem e ameaças dos Estados Unidos. Em um artigo publicado pelo jornal norte-coreano Rodong Sinmun, Putin elogiou o "camarada" Kim e prometeu "resistir em conjunto a restrições unilaterais ilegítimas" para desenvolver o comércio e fortalecer a segurança em toda a Eurásia.
"Washington, recusando-se a implementar acordos anteriormente firmados, continua apresentando novas e cada vez mais rigorosas e obviamente inaceitáveis exigências", disse Putin, no artigo, publicado na primeira página.
"A Rússia sempre apoiou e continuará apoiando a DPRK (sigla em inglês do nome oficial da Coreia do Norte, República Popular Democrática da Coreia) e o heróico povo coreano em sua oposição ao inimigo insidioso, perigoso e agressivo."
O líder russo também afirmou no artigo que a Rússia e a Coreia do Norte desenvolverão mecanismos de pagamento que não sejam controlados pelos países ocidentais e se oporão conjuntamente a restrições ilegítima.
Putin emitiu um decreto presidencial na véspera da visita visando a assinatura de um "tratado estratégico abrangente de parceria" com a Coreia do Norte. Seu assessor de política externa, Yuri Ushakov, disse que ele incluiria questões de segurança. Ushakov afirmou que o acordo não seria direcionado contra nenhum outro país, mas "delinearia perspectivas para mais cooperação".
APOIO À GUERRA NA UCRÂNIA - A visita de Putin ocorre em meio a acusações dos Estados Unidos de que a Coreia do Norte teria fornecido dezenas de mísseis balísticos e mais de 11.000 contêineres de munição à Rússia para serem usados na guerra contra a Ucrânia. A Coreia do Sul, firme aliada dos EUA, também levantou preocupações semelhantes.
A Casa Branca disse nesta segunda-feira estar preocupada com o aprofundamento das relações entre Rússia e Coreia do Norte. O Departamento de Estado dos EUA avaliou como "bastante certo" que Putin buscará armas para apoiar a sua guerra na Ucrânia. Recentemente, os ministros das Relações Exteriores do Grupo dos Sete (G7) pediram à Coreia do Norte que interrompa a suposta exportação de armas para a Rússia, destinadas ao uso no conflito na Ucrânia, segundo um comunicado conjunto divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália.
Moscou e Pyongyang negaram transferências de armas, mas prometeram fortalecer laços militares, o que pode incluir exercícios conjuntos. A agenda das negociações também inclui questões de economia, energia e transporte. (Com agências).
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