Putin e Trump podem ter mantido contatos não divulgados, admite Kremlin

247 – O Kremlin admitiu neste sábado, 23 de março, a possibilidade de que os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Donald Trump, tenham mantido contatos adicionais não divulgados oficialmente nos últimos meses. A declaração foi feita pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em entrevista ao jornalista Pavel Zarubin, da emissora estatal russa VGTRK. A informação foi publicada inicialmente pela agência TASS.

"Estamos informando vocês sobre as conversas das quais temos conhecimento, mas não podemos descartar todo o resto", afirmou Peskov, em resposta a uma observação do jornalista de que, ao ouvir as declarações de Trump, parece evidente que houve mais contatos do que os reconhecidos publicamente.

A fala de Peskov reforça as especulações sobre uma aproximação mais intensa entre os dois líderes, especialmente em meio a um cenário internacional marcado por tensões entre Rússia e países da OTAN, além das eleições presidenciais norte-americanas que se aproximam. Trump tem feito declarações recentes elogiando Putin e sinalizando que, se eleito novamente, poderá adotar uma postura mais conciliadora em relação ao Kremlin.

Durante a entrevista, o porta-voz russo também comentou sobre a possibilidade de uma nova reunião entre os presidentes, enfatizando que um encontro desse porte exige uma preparação minuciosa. "A reunião entre os dois presidentes deve ser cuidadosamente preparada e requer, antes, difíceis negociações técnicas", explicou Peskov. Segundo ele, representantes russos viajarão a Riad na segunda-feira para iniciar esse processo.

A escolha da Arábia Saudita como ponto de partida para essas negociações também chama atenção, sugerindo que o país pode estar atuando como mediador ou local neutro para um eventual encontro. Riad tem se posicionado recentemente como interlocutor relevante em temas globais, inclusive na mediação de conflitos.

Caso os contatos entre Putin e Trump tenham realmente ocorrido à margem dos canais oficiais, a revelação poderá gerar repercussões tanto nos Estados Unidos quanto no cenário diplomático internacional. A transparência em relação às comunicações entre líderes de potências nucleares é considerada essencial para evitar desconfianças e instabilidades.