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    Queda do Muro de Berlim completa 35 anos

    Entenda como este evento foi crucial na geopolítica

    A queda do Muro de Berlim, uma guinada histórica

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    247 – Há exatos 35 anos, em 9 de novembro de 1989, o mundo assistia a um dos acontecimentos mais marcantes do século XX: a queda do Muro de Berlim. Esse evento, que se tornou um símbolo da reunificação alemã e do fim da Guerra Fria, redefiniu as relações internacionais e provocou uma série de transformações políticas e econômicas que ainda ecoam na geopolítica contemporânea.

    O Muro de Berlim, construído em 1961, dividiu a capital alemã em duas partes – Berlim Ocidental, sob influência dos aliados ocidentais, e Berlim Oriental, controlada pela então União Soviética. Mais do que uma barreira física, o muro representava a separação ideológica entre o capitalismo e o socialismo em plena Guerra Fria. Sua queda, impulsionada por uma onda de protestos populares e a gradual liberalização dos regimes do Leste Europeu, marcou o colapso do bloco socialista e o início de uma nova ordem mundial.

    Abertura e protestos: os catalisadores da queda

    A década de 1980 foi marcada por uma série de reformas em países do Leste Europeu, principalmente com a ascensão de Mikhail Gorbachev ao poder na União Soviética. Suas políticas de glasnost (transparência) e perestroika (reestruturação) abriram caminho para maior liberdade política e econômica, incentivando movimentos pró-democracia em vários países da região.

    Na Alemanha Oriental, os protestos pacíficos se intensificaram em 1989, culminando com as manifestações em Leipzig, que reuniram centenas de milhares de pessoas exigindo reformas. A pressão interna, aliada ao enfraquecimento do controle soviético, levou o governo da Alemanha Oriental a anunciar, em 9 de novembro de 1989, que os cidadãos poderiam atravessar livremente a fronteira para o Ocidente. Em poucas horas, multidões se reuniram nos postos de controle e, em um clima de euforia, começaram a derrubar o muro, desmantelando fisicamente o que havia simbolizado décadas de divisão.

    Impactos na geopolítica mundial

    A queda do Muro de Berlim teve repercussões profundas. Representou o fim de uma era de polarização ideológica e abriu caminho para a reunificação alemã em 1990, um processo que fortaleceu a posição da Alemanha como potência europeia. A dissolução da Cortina de Ferro também precipitou a desintegração da União Soviética em 1991, encerrando quase cinco décadas de rivalidade geopolítica entre EUA e URSS e marcando a vitória simbólica do capitalismo liberal.

    Com o colapso do bloco soviético, vários países do Leste Europeu embarcaram em transições democráticas e na adoção de economias de mercado, além de buscar integração com instituições ocidentais, como a União Europeia e a OTAN. Essa nova configuração deu início a um mundo unipolar, liderado pelos Estados Unidos, e ao crescimento de novas dinâmicas de poder, com foco em globalização e cooperação internacional.

    Reflexões 35 anos depois

    Três décadas e meia após a queda do Muro de Berlim, os impactos daquele momento ainda se fazem sentir. A reunificação alemã consolidou o país como líder econômico da Europa, mas também trouxe desafios internos e regionais. Na esfera internacional, o desmantelamento do bloco socialista deixou um vazio de poder que, ao longo dos anos, deu lugar a novas tensões e rivalidades, incluindo o ressurgimento da Rússia como ator geopolítico e o surgimento de economias emergentes.

    O legado da queda do muro permanece um lembrete poderoso do desejo humano por liberdade e autodeterminação. Ao mesmo tempo, destaca como transições abruptas podem gerar consequências complexas, incluindo desigualdades e desafios socioeconômicos que persistem até hoje.

    A queda do Muro de Berlim não foi apenas a demolição de uma barreira física, mas o marco de uma mudança de paradigma que transformou a ordem mundial. Ao celebrar seus 35 anos, é essencial refletir sobre as lições e os impactos desse evento, que continua a moldar a política global e a memória coletiva.

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