Quem vai governar a França? Entenda quais são os cenários possíveis
Como nenhum bloco formou maioria absoluta, o quadro ainda é incerto no país
247 – A França enfrenta um momento crucial em sua política interna após os resultados surpreendentes do segundo turno das eleições legislativas de 2024, onde nenhum partido conseguiu uma maioria clara. Isso levanta a questão ardente: quem vai governar a França? Três cenários principais emergem como possíveis respostas a essa questão, segundo uma reportagem produzida pelo Le Monde.
1. Coalizão Governamental:
O cenário mais provável poderia ser a formação de uma coalizão. Nenhuma das grandes coalizões políticas conquistou a maioria necessária para governar sozinha, portanto, negociações podem ser iniciadas para formar um governo de coalizão que reuniria mais de 50% dos deputados. Este modelo é comum em democracias parlamentares de países vizinhos como Alemanha ou Itália. No entanto, representantes de esquerda já descartaram qualquer aliança com o bloco do presidente Macron ou com a direita, complicando esse cenário.
2. Governo Minoritário:
Um governo minoritário também é uma possibilidade. Tais governos foram mantidos pelos macronistas, Elisabeth Borne e Gabriel Attal, entre 2022 e 2024, sem ter a maioria absoluta, contando apenas com uma maioria relativa. O cenário atual poderia permitir que o Nouveau Front Populaire, que tem 182 assentos, busque apoio tácito de outros 94 deputados para manter-se no poder. Da mesma forma, o partido de Macron precisaria convencer 121 deputados de direita ou centro-esquerda para continuar governando.
3. Governo Técnico:
Se a situação política se mantiver estagnada, um governo "técnico" poderia ser uma solução. Esse governo seria composto de ministros sem filiação partidária, encarregados de gerenciar as operações do dia a dia e implementar reformas consensuais com o apoio, caso a caso, dos diferentes blocos na Assembleia.
Futuro Político Incerto:
Esses cenários refletem a complexidade do sistema político francês e a dificuldade de formar um governo estável sem uma maioria clara. O atual primeiro-ministro, Gabriel Attal, anunciou que apresentará sua renúncia, mas a incerteza persiste enquanto o país aguarda a formação da nova Assembleia Nacional e futuras negociações políticas.
Este impasse revela os desafios que a França enfrentará nos próximos meses, possivelmente levando a uma rápida sucessão de governos se um governo minoritário não conseguir manter a confiança da Assembleia, ou mesmo a um retorno às urnas, apesar de uma nova dissolução ser constitucionalmente proibida dentro de um ano após as eleições.
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