TV 247 logo
      HOME > Mundo

      SpaceX, ULA e Blue Origin fecham contratos de US$ 13,5 bi com o Pentágono para lançamento de foguetes

      Empresas de bilionários aliados de Trump, como Elon Musk e Jeff Bezos, dominam lançamentos militares dos EUA até 2029

      O Super Heavy retornando ao local de lançamento para ser capturado por sua torre de lançamento em seu vôo de 13 de outubro (Foto: SpaceX)
      Luis Mauro Filho avatar
      Conteúdo postado por:

      247 - A SpaceX, de Elon Musk, a United Launch Alliance (ULA) — joint venture entre a Boeing e a Lockheed Martin — e a Blue Origin, de Jeff Bezos, venceram contratos bilionários com a Força Espacial dos Estados Unidos para lançamentos de satélites militares até 2029. A informação foi divulgada pela agência Reuters nesta sexta-feira (4).

      Os contratos, que somam US$ 13,5 bilhões, fazem parte da Fase 3 do programa de Lançamento Espacial de Segurança Nacional e estão vinculados à trilha "Lane 2", reservada às missões mais complexas e de maior custo do Pentágono, exigindo inserções em órbitas sensíveis ao redor da Terra. O acordo envolve a realização de 54 missões, divididas da seguinte forma: a SpaceX ficou com 28 missões (US$ 5,9 bilhões), a ULA com 19 (US$ 5,3 bilhões) e a Blue Origin com 7 (US$ 2,3 bilhões).

      Embora a SpaceX e a ULA já estivessem cotadas para a disputa, a inclusão da Blue Origin surpreende, uma vez que seu foguete New Glenn foi lançado apenas uma vez, em janeiro, e ainda carece de histórico operacional robusto — diferentemente da SpaceX, que mantém ritmo acelerado de lançamentos com os modelos Falcon 9 e Falcon Heavy. Segundo fontes ouvidas pela agência, a SpaceX deverá conduzir a maior parte das missões no primeiro ano do contrato, aproveitando sua ampla capacidade operacional.

      O novo foguete Vulcan, da ULA, também integra a iniciativa e foi recentemente certificado pelo Pentágono, após a análise de um incidente envolvendo motores de propulsão sólida. O histórico da ULA e sua associação com gigantes da indústria aeroespacial continuam sendo trunfos na disputa por contratos estratégicos.

      Conflito de interesses

      No entanto, o anúncio reacendeu o debate sobre potenciais conflitos de interesse envolvendo Elon Musk. O bilionário é, atualmente, considerado um "funcionário especial" do governo norte-americano e mantém relação próxima com o presidente Donald Trump, de quem é um dos principais conselheiros informais em temas de inovação e segurança nacional. Musk também tem atuado para influenciar decisões administrativas, incluindo cortes de cargos em agências federais e a nomeação de aliados para supervisionar contratos de alto valor.

      A relação de proximidade entre o governo Trump e bilionários do setor tecnológico não se restringe a Musk. Jeff Bezos, que no início da administração anterior era um crítico contundente da Casa Branca, alterou sua postura nos últimos anos. Segundo relatos da imprensa internacional, Bezos passou a adotar uma estratégia de reaproximação com o governo, inclusive por meio de doações e iniciativas de colaboração institucional, em busca de maior protagonismo nos contratos públicos.

      Diante da concentração de bilhões de dólares em mãos de três grandes corporações com fortes conexões políticas, especialistas alertam para a necessidade de maior controle público e transparência nos processos licitatórios da área de defesa. Para críticos, a atual configuração reforça a simbiose entre capital privado e poder estatal, ampliando a influência de interesses particulares em decisões estratégicas do Estado norte-americano.

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Relacionados