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    Trump deve eliminar crédito fiscal para compra de carros elétricos

    Política que concede subsídio de US$ 7,5 mil foi criada na administração Biden e pode ser encerrada

    Donald Trump (Foto: REUTERS/Jonathan Drake)

    Reuters – A equipe de transição do presidente eleito Donald Trump planeja acabar com o crédito fiscal de US$ 7,5 mil para a compra de veículos elétricos (EV), uma política emblemática da administração de Joe Biden, como parte de um pacote mais amplo de reforma tributária. Fontes próximas ao assunto afirmaram que o fim do incentivo pode afetar de forma significativa a já frágil transição para EVs nos Estados Unidos.

    Curiosamente, representantes da Tesla, a maior fabricante de veículos elétricos do país, expressaram apoio à eliminação do subsídio em reuniões com a equipe de transição, que é liderada por Harold Hamm, magnata do petróleo e aliado de longa data de Trump, e pelo governador de Dakota do Norte, Doug Burgum. O CEO da Tesla, Elon Musk, que apoiou Trump durante sua campanha, já havia mencionado em julho que a remoção do incentivo poderia prejudicar ligeiramente as vendas da Tesla, mas seria "devastadora" para seus concorrentes nos EUA, como General Motors e Ford.

    Impacto nas montadoras e na indústria

    As ações da Tesla caíram cerca de 6% após a divulgação da notícia, enquanto rivais como Rivian e Lucid registraram quedas mais acentuadas, de 14% e 5%, respectivamente. Empresas sul-coreanas fornecedoras de baterias, como LG Energy Solution e Samsung SDI, também sofreram perdas substanciais após a publicação da reportagem.

    Embora a Tesla possa resistir ao fim do crédito devido à sua capacidade de inovar e manter custos baixos, analistas alertam que a medida pode prejudicar ainda mais as empresas que tentam se firmar no mercado de EVs. Ford, por exemplo, enfrenta desafios com sua picape elétrica F-150 Lightning, cuja demanda não atingiu as expectativas mesmo com o subsídio. General Motors, que relatou ter recebido US$ 800 milhões em créditos para produção de EVs este ano, também pode ver suas margens de lucro ameaçadas.

    Mike Murphy, estrategista republicano e diretor do EV Politics Project, criticou a medida, classificando-a como uma política "Tesla em primeiro lugar, todos os outros em segundo". Ele alertou que tal decisão poderia prejudicar a capacidade das montadoras americanas de competir com a indústria automotiva chinesa altamente subsidiada. "A administração Trump está mostrando que não tem interesse em ajudar a indústria automotiva dos EUA a sobreviver à iminente invasão chinesa", afirmou Murphy.

    Próximos passos e repercussão política

    A equipe de transição de Trump planeja usar um mecanismo legislativo conhecido como reconciliação para aprovar a reforma tributária sem depender de votos democratas, uma estratégia que Biden utilizou para promulgar a Lei de Redução da Inflação (IRA). A eliminação do crédito fiscal é vista como uma forma de economizar recursos que poderiam ser direcionados para estender cortes de impostos da primeira administração Trump.

    Musk e Tesla podem se beneficiar de outras políticas de Trump, como as barreiras comerciais contra veículos elétricos chineses. Contudo, analistas apontam que o mercado doméstico dos EUA pode enfrentar sérias dificuldades sem o incentivo, prejudicando a inovação e a capacidade de adaptação das montadoras tradicionais.

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