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      Trump e republicanos já pressionam Zelensky a mudar de postura ou renunciar

      Aliados de Trump exigem que presidente ucraniano adote uma nova abordagem para a guerra ou renuncie, aumentando a pressão sobre Kiev

      Volodymyr Zelensky e Donald Trump (Foto: Reuters/Brian Snyder)
      Redação Brasil 247 avatar
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      Reuters – Líderes republicanos aliados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificaram neste domingo (2) a pressão sobre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, exigindo que ele altere sua posição sobre a guerra com a Rússia ou renuncie. O movimento ocorre após um encontro tenso entre Zelensky e Trump na Casa Branca, na última sexta-feira, que resultou na saída antecipada do líder ucraniano sem a assinatura de um acordo esperado sobre minerais estratégicos.

      Enquanto isso, líderes europeus manifestaram apoio a Zelensky durante uma reunião em Londres, onde o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, instou os países aliados a reforçarem os esforços de defesa da Ucrânia. O episódio reforçou as incertezas sobre a posição dos Estados Unidos em relação ao conflito, que já dura três anos, e sobre a estratégia de Trump para um possível acordo de paz.

      Pressão para um acordo com Moscou

      O assessor de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, afirmou que não está claro se Zelensky está disposto a negociar o fim da guerra. "Precisamos de um líder que possa lidar conosco, lidar com os russos e encerrar esta guerra", declarou Waltz em entrevista à CNN. Ele reforçou que Trump deseja uma paz permanente, possivelmente envolvendo concessões territoriais da Ucrânia em troca de garantias de segurança lideradas pela Europa.

      Quando questionado se Trump quer que Zelensky renuncie, Waltz foi evasivo: "Se ficar evidente que suas motivações pessoais ou políticas divergem da necessidade de encerrar os combates, então teremos um problema real", afirmou.

      O senador Lindsey Graham, um dos principais aliados de Trump, também levantou dúvidas sobre a viabilidade de continuar apoiando Zelensky após a crise na Casa Branca. O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, foi ainda mais direto: "Algo precisa mudar. Ou ele reconhece a realidade e volta à mesa de negociações com gratidão, ou outro líder precisará conduzir a Ucrânia nesse caminho", declarou à NBC.

      Democratas reagem e criticam postura de Trump

      As declarações dos republicanos geraram forte reação entre os democratas, que classificaram a postura da Casa Branca como uma tentativa de enfraquecer a Ucrânia em benefício da Rússia. O senador Bernie Sanders considerou a sugestão de que Zelensky deveria renunciar "horrível" e alertou que o líder ucraniano está "defendendo a democracia contra um ditador autoritário que invadiu seu país".

      O senador Chris Murphy foi ainda mais enfático, acusando o governo Trump de atuar como um aliado de Vladimir Putin. "É absolutamente vergonhoso o que está acontecendo agora. A Casa Branca se tornou um braço do Kremlin", disse à CNN. Para Murphy, o verdadeiro objetivo do encontro na Casa Branca foi preparar o terreno para um acordo que "entregaria a Ucrânia a Putin, o que seria desastroso para a segurança dos Estados Unidos".

      O secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, negou as acusações e afirmou que a responsabilidade está nas mãos de Kiev. "Estaremos prontos para nos envolver novamente quando eles estiverem dispostos a fazer a paz", disse à ABC. No entanto, ele reconheceu que um acordo exigiria mudanças na retórica de Zelensky. 

      A senadora democrata Amy Klobuchar expressou indignação com o episódio e ressaltou que há espaço para um acordo de paz. "Fiquei chocada com o que aconteceu na Casa Branca, mas ainda vejo uma oportunidade", disse à ABC.

      A crise entre Zelensky e Trump lança dúvidas sobre o futuro do apoio dos EUA à Ucrânia e reforça o peso das eleições presidenciais americanas de 2024 para o desenrolar do conflito. Enquanto isso, a pressão sobre o líder ucraniano segue aumentando, com a incerteza sobre seu futuro político e o destino da guerra contra a Rússia.

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