Trump se diz pacificador e culpa Biden por guerra na Ucrânia
"Zelensky e o corrupto Joe Biden fizeram um trabalho absolutamente horrível ao permitir que essa farsa começasse", disse
247 - Desde sua posse para o segundo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem se apresentado como o protagonista de uma tentativa de paz entre Rússia e Ucrânia. Em publicações nas redes sociais, o republicano vem se distanciando do conflito que já dura mais de dois anos, afirmando que a responsabilidade pela guerra pertence a seu antecessor, Joe Biden, relata o Metrópoles.
Trump defende publicamente uma proposta de cessar-fogo temporário por 30 dias, que teria sido aceita integralmente pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Contudo, sem um compromisso pleno de Moscou, o plano não avançou. “A guerra entre a Rússia e a Ucrânia é uma guerra de Biden, não minha. Acabei de chegar aqui e, durante quatro anos do meu mandato, não tive problemas em impedir que acontecesse. O presidente Putin e todos os outros respeitaram o seu presidente [referindo-se a si mesmo]”, escreveu Trump na Truth Social.
Apesar do fracasso até o momento, o republicano reiterou que vem atuando para deter a destruição: “não tive nada a ver com esta guerra, mas estou trabalhando diligentemente para parar a morte e a destruição”. Ele ainda voltou a defender a tese de que a eleição de 2020 foi fraudada e ligou o pleito ao início da guerra. “Se a eleição presidencial de 2020 não tivesse sido fraudada, e foi, de tantas maneiras, aquela guerra horrível nunca teria acontecido”, declarou.
Trump também atacou diretamente o presidente da Ucrânia e seu antecessor na Casa Branca. “O presidente Zelensky e o corrupto Joe Biden fizeram um trabalho absolutamente horrível ao permitir que essa farsa começasse. Havia tantas maneiras de impedir que ela começasse. Mas isso é passado. Agora temos de fazer isso parar, e rápido”.
Pressão sobre Putin e entraves nas negociações - Na última sexta-feira (11), Trump voltou à carga, pressionando publicamente o presidente russo, Vladimir Putin. “A Rússia precisa se mexer. Muitas pessoas estão morrendo, milhares por semana, em uma guerra terrível e sem sentido — uma guerra que nunca deveria ter acontecido, e não teria acontecido, se eu fosse presidente”, publicou.
Trump posicionou-se como principal mediador da trégua, mas os desdobramentos expõem as divergências entre os dois lados. Zelensky aceitou a proposta em sua totalidade, enquanto Putin sinalizou disposição apenas para uma trégua parcial, limitada a ataques contra infraestruturas energéticas e à zona do Mar Negro. Até o momento, nenhuma medida concreta foi adotada por Moscou.
Além disso, o presidente russo condicionou o cumprimento do acordo à suspensão de restrições impostas pelos EUA e pela União Europeia sobre suas exportações agrícolas. Esse ponto, até agora, tem travado avanços.
Divergências sobre o Mar Negro - O entendimento sobre o cessar-fogo no Mar Negro também provocou ruído. A Rússia interpreta o gesto como caminho para restaurar um acordo de exportações agrícolas mediado pela ONU em 2022, o que lhe daria alguma autoridade sobre o tráfego marítimo na região. Já a Ucrânia rejeita qualquer possibilidade de retorno da Marinha russa ao oeste do Mar Negro, considerado vital para suas exportações.
A trégua acordada se mostrou frágil desde o início. Em menos de 24 horas após sua formalização, ambos os lados se acusaram de violá-la. Kiev denunciou um bombardeio à cidade portuária de Mykolaiv, enquanto Moscou afirmou ter abatido dois drones ucranianos sobre o Mar Negro.
O conflito, iniciado em 24 de fevereiro de 2022, já provocou a morte de mais de 12 mil civis na Ucrânia e na Rússia. Apesar da nova postura conciliadora, Trump segue utilizando o cenário de guerra como arena política interna, com ataques a adversários e a tentativa de reescrever sua influência sobre o tabuleiro internacional.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: