Trumpistas espalham fake news de que Kamala Harris teria utilizado escuta em debate

247 - A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, tornou-se alvo de uma nova teoria da conspiração após o debate presidencial da última terça-feira (10), relata o UOL. Apoiadores de Donald Trump nas redes sociais acusaram falsamente Kamala de usar uma escuta disfarçada de brinco para receber orientações durante o embate. A teoria rapidamente ganhou força entre perfis pró-Trump, gerando desinformação e polêmica.

Tudo começou com uma postagem nas redes sociais que afirmava que Harris estaria usando brincos da marca NOVA H1 Audio, conhecidos por serem os primeiros fones de ouvido sem fio embutidos em joias, adornados com pérolas e banhados a ouro ou prata. “Ela está usando brincos de fone de ouvido!”, afirmou uma das contas que alimentou a especulação. A partir daí, a teoria foi amplificada por outras vozes influentes, incluindo a ativista conservadora Laura Loomer, que ironizou a escolha de acessórios da vice-presidente.

A alegação, no entanto, não se sustenta quando confrontada com os fatos. Segundo o site de checagem Politifact, não há qualquer evidência de que os brincos usados por Kamala fossem, de fato, um dispositivo de escuta. As joias da vice-presidente, apesar de visualmente semelhantes aos fones NOVA H1 por conta das pérolas, apresentam diferenças claras: os brincos com escuta têm hastes grossas e são acoplados ao redor do lóbulo da orelha, enquanto os usados por Harris são mais delicados, com detalhes finos.

De acordo com o Politifact, os brincos de Kamala são, na verdade, da joalheria Tiffany. O acessório faz parte da coleção Tiffany HardWear, sob o nome “pérolas do Mar do Sul”. Esse modelo específico, no entanto, já não está mais disponível no site da marca.

Não é a primeira vez que uma figura proeminente do Partido Democrata enfrenta esse tipo de acusação. Em 2016, durante sua campanha presidencial, Hillary Clinton também foi alvo de rumores de que teria usado escutas em debates, uma teoria que também foi desmentida pelo Politifact na época.