Xi Jinping conclama aliança com Europa para resistir a "assédio unilateral" de Trump
Presidente chinês defende globalização e diz que guerra tarifária não tem vencedores, em resposta à escalada promovida pelos Estados Unidos
247 - Em sua primeira manifestação pública desde o agravamento da disputa comercial com os Estados Unidos, o presidente da China, Xi Jinping, conclamou a União Europeia (UE) a fortalecer os laços com Pequim e a resistir, em conjunto, ao que classificou como “assédio unilateral”. As declarações ocorreram nesta sexta-feira (11), durante uma reunião com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em Pequim, e foram divulgadas pela agência estatal chinesa Xinhua, segundo o jornal O Globo.
Xi aproveitou o encontro para defender a globalização econômica e denunciar os efeitos da guerra tarifária imposta pelo governo de Donald Trump. “China e a UE devem assumir suas responsabilidades internacionais, proteger juntas a globalização econômica (...) e resistir juntas a qualquer assédio unilateral”, declarou o líder chinês, em tom de apelo à solidariedade internacional diante das pressões vindas de Washington.
Retaliação tarifária - No mesmo dia do encontro, a China anunciou a elevação de tarifas sobre produtos norte-americanos para até 125%, em resposta direta ao mais recente aumento de tarifas decretado pelos EUA. Desde que Trump voltou ao poder, a ofensiva comercial contra a China se intensificou. As taxas impostas pelos Estados Unidos já alcançam 145%, numa escalada que Pequim passou a tratar como “uma piada”.
Xi Jinping reiterou que não teme as medidas punitivas e reforçou a posição contrária de seu governo a qualquer tipo de confronto. “Não há vencedores em uma guerra tarifária, e confrontar o mundo só levará ao autoisolamento”, advertiu.
Europa como mediadora - O premiê espanhol, Pedro Sánchez, por sua vez, defendeu o papel do diálogo como alternativa à deterioração das relações entre as duas potências econômicas. “Guerras comerciais não são boas, ninguém ganha, e tenho certeza de que o que o mundo precisa é que tanto a China quanto os Estados Unidos conversem”, afirmou Sánchez, que visitou a China pela terceira vez em pouco mais de dois anos.
Sánchez também reforçou que a cooperação entre a Espanha e a China, bem como entre a UE e o país asiático, não deve ser prejudicada pelas tensões bilaterais entre Washington e Pequim. “Tanto a Espanha como a Europa têm um importante déficit comercial com a China em que devemos trabalhar para sanar”, disse o líder espanhol. “Não devemos permitir que as tensões comerciais interfiram no potencial crescimento de nossa relação, entre China e Espanha e entre China e a UE.”
Atualmente, a Espanha importa cerca de € 45 bilhões (aproximadamente R$ 289 bilhões) em produtos chineses, enquanto suas exportações para o país asiático somam apenas € 7,4 bilhões (R$ 49 bilhões), o que evidencia o desequilíbrio comercial apontado por Sánchez.
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