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    "Adoraria ver uma terceira via", diz Armínio Fraga

    Economista liberal, que apoiou Lula em 2022, diz que o presidente "não pode errar no Banco Central"

    Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Armínio Fraga (Foto: REUTERS/Rodolfo Buhrer | Felipe L. Gonçalves/Brasil 247)

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    247 – O ex-presidente do Banco Central (BC) Armínio Fraga, que declarou apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, expressou pessimismo em relação ao atual governo, em entrevista à Folha de S. Paulo. Economista de viés neoliberal, Fraga apontou uma série de supostos "erros", incluindo interferências na governança de empresas estatais e privadas, e iniciativas como a tentativa de ressuscitar a indústria naval e renacionalizar refinarias. Ele destacou dois principais riscos: o desequilíbrio nas contas públicas, que elevou a dívida bruta do Brasil a 76% do PIB em abril, e a pressão sobre as decisões do BC em relação à taxa básica de juros (Selic), atualmente em 10,5% ao ano.

    Fraga alertou para a possível turbulência na troca de comando do BC no final do ano, quando Roberto Campos Neto deve ser substituído por um presidente indicado pelo PT. Segundo ele, se o novo presidente não atuar de forma adequada, a inflação pode subir, o mercado pode perder confiança, e isso resultaria em um "grande fiasco político". Fraga também mencionou o risco de um aumento significativo dos juros de longo prazo, o que pode complicar ainda mais a situação fiscal do país.

    Ele acredita que um eventual fracasso do governo Lula poderia facilitar o surgimento de uma terceira via política, fora da polarização entre lulismo e bolsonarismo, especialmente considerando as dificuldades fiscais e a pressão sobre o BC. "Adoraria ver uma terceira via", disse ele.

    A discussão sobre a sucessão presidencial de 2026, segundo Fraga, ainda é prematura, mas ele vê a necessidade de reformas estruturais para estabilizar a economia. Entre as questões mencionadas estão a reforma da Previdência e a vinculação de pisos de educação e saúde ao salário mínimo. Fraga concluiu destacando a importância de uma política fiscal responsável para evitar um círculo vicioso de endividamento e perda de credibilidade econômica.

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