Bolsonaro ignora conselhos e renova mentiras, desinformação e ataques à democracia
Aliados de Jair Bolsonaro relatam que ele foi aconselhado a falar pouco após virar réu por tentativa de golpe, mas fez exatamente o contrário
247 - Ignorando alertas e conselhos de seus próprios aliados, o ex-presidente Jair Bolsonaro retomou os ataques ao sistema democrático e às urnas eletrônicas, mesmo após se tornar réu por tentativa de golpe de Estado. De acordo com a jornalista Daniela Lima, da Globonews, a informação foi confirmada por fontes próximas ao entorno político do ex-mandatário.
Segundo relatos de interlocutores do ex-presidente, Bolsonaro foi orientado a manter discrição pública após o STF acolher a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de envolvimento direto em uma tentativa de golpe de Estado. A estratégia recomendada envolvia defender sua inocência de maneira serena, evitando novas polêmicas, com falas que demonstrassem desapego ao cargo e compromisso com o país. Um dos trechos sugeridos a ele foi: “não tenho apego ao poder, e sim, apego ao país”.
No entanto, Bolsonaro ignorou completamente essa linha. Em declarações recentes, voltou a repetir alegações falsas sobre fraudes nas urnas eletrônicas — já desmentidas por diversas instâncias oficiais — e insistiu em narrativas que colocam em dúvida a legitimidade do processo eleitoral e das instituições democráticas brasileiras.
Integrantes do Supremo ouvidos pela reportagem avaliam que, ao insistir no mesmo discurso que o colocou no centro das investigações, o ex-presidente renovou mentiras, desinformação e ataques infundados sobre as urnas. A postura foi interpretada como desafiadora, especialmente diante do peso do processo em que Bolsonaro se tornou réu por tentativa de subverter a ordem democrática no país.
A denúncia da PGR, aceita por unanimidade pelos ministros da Corte, o acusa de liderar uma articulação que visava desacreditar as eleições de 2022 e promover um golpe de Estado caso o resultado não lhe fosse favorável. O processo pode resultar em condenação criminal e, eventualmente, em penas mais severas que a inelegibilidade já determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A insistência de Bolsonaro em manter o tom confrontador aumenta sua exposição jurídica e política. O cenário também preocupa parte de seus apoiadores, que veem risco crescente de isolamento político e de novas sanções judiciais. Ainda assim, o ex-presidente parece apostar em manter mobilizada sua base mais radicalizada, que continua a propagar teorias da conspiração e ataques ao sistema eleitoral.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: