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    Gleisi diz que obstrução do PL por anistia põe "interesses de Bolsonaro à frente dos do Brasil"

    Pressão do PL ganhou tração após o STF tornar Jair Bolsonaro réu por tentar um golpe de Estado

    Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira / Divulgação)
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    247 - A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reagiu à ameaça do PL de obstruir as votações na Câmara dos Deputados como resposta ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL), que passou a ser réu por tentativa de golpe de Estado. Para Gleisi, a medida tenta submeter os interesses do país aos de Bolsonaro. "Com tantas pautas importantes para o povo e para o país, obstruir é colocar os interesses de Bolsonaro à frente dos interesses do Brasil", disse a ministra à CNN Brasil.

    A declaração vem em meio às articulações do Palácio do Planalto para garantir o avanço de projetos prioritários no Congresso. Entre as propostas que o governo considera fundamentais estão a ampliação da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda e o fim da escala de trabalho 6 por 1, que hoje afeta milhões de trabalhadores.

    Para blindar a agenda do Executivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mantido conversas com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), durante sua viagem oficial ao Japão. A volta ao Brasil também deve ser marcada por um encontro informal entre Lula e líderes partidários, em formato de happy hour, com o objetivo de alinhar apoio à pauta governista e conter o movimento de obstrução anunciado pela direita.

    A pressão do PL está relacionada à exigência de que a Câmara vote o projeto de anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. O partido ameaça travar as deliberações da Casa caso a proposta não seja pautada pelo presidente da Câmara.

    Hugo Motta, porém, já sinalizou que o projeto deverá primeiro passar por uma comissão especial, como prevê um acordo firmado anteriormente entre Arthur Lira (PP-AL), o próprio PL e o PT.

    Na quarta-feira (26), o PL deflagrou uma ação de obstrução na Câmara dos Deputados em protesto contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou Jair Bolsonaro réu por planejar um golpe de Estado.

    A iniciativa, segundo o g1, foi oficializada pelo vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), que presidiu brevemente a sessão e a encerrou em seguida, alegando "falta de acordo". A atitude impediu a votação de propostas previstas para o dia, como a Lei do Mar e um projeto que aumenta penas para uso de armas de fogo de uso restrito. Líderes de outras siglas, no entanto, contestaram a justificativa. "Havia acordo para a pauta de hoje", afirmaram.

    A medida veio horas após a Primeira Turma do STF aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro e mais sete envolvidos por associação à tentativa de golpe de Estado no episódio de 8 de janeiro de 2023.

    Durante a sessão, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), confirmou o boicote como forma de reação política e disse que o movimento é apenas o começo de uma resposta mais ampla da base bolsonarista no Congresso:

    "E queremos dizer: nós só estamos começando, brasileiros e brasileiras, essa batalha. Hoje, arbitrariamente tornam o presidente Bolsonaro e mais 7 réus nesse processo. Mas queremos dizer que se pensaram que a gente ia baixar a cabeça, nós hoje já começamos a obstruir aqui na Câmara. Hoje aqui na Câmara ninguém vai fazer nada. Não teve Ordem do Dia. E nós vamos continuar nessa trincheira da luta", disse Sóstenes.

    Ainda de acordo com a reportagem, os deputados indicaram que devem aguardar o retorno do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem à Ásia, antes de uma definição sobre o futuro das votações no plenário.

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