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    "Pedir anistia é prova de culpa", diz Lula, sobre Bolsonaro

    Em entrevista no Japão, presidente valoriza civilidade política, condena tentativa de golpe e alerta para riscos de nova Guerra Fria

    Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o o Primeiro-Ministro do Japão, Shigeru Ishiba, durante a cerimônia de anúncio de plano de ação (Foto: Ricardo Stuckert)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 – Ao encerrar sua visita oficial de três dias ao Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os pedidos de anistia apresentados por aliados de Jair Bolsonaro são uma confissão indireta de culpa. “Todo mundo sabe o que aconteceu. Ele sabe o que cometeu, só ele sabe. E sabe que não foi correto. E pedir anistia é prova de culpa”, disse o presidente, referindo-se ao processo que tornou réus o ex-presidente e seus aliados por tramarem um golpe de Estado após a eleição de 2022. 

    Lula ressaltou que não se trata de julgar uma pessoa, mas sim uma tentativa concreta de rompimento da ordem constitucional: “Não é o homem Bolsonaro que está sendo julgado, é uma tentativa de golpe de Estado que está sendo julgada.” Ele também lembrou que, em 2018, foi impedido injustamente de disputar a eleição e que espera que os envolvidos agora desfrutem da presunção de inocência que lhe foi negada à época.

    Durante a entrevista, o presidente também refletiu sobre os riscos crescentes de uma nova Guerra Fria, provocada pela escalada de tensões entre Estados Unidos e China. Sem citar diretamente os líderes das potências, Lula criticou o avanço do protecionismo e a hipocrisia de antigos defensores do livre mercado. “Os mesmos que defendiam a globalização, hoje comprometem as relações geopolíticas com medidas protecionistas”, disse.

    A visita ao Japão resultou em mais de 80 acordos entre os dois países, abrangendo áreas como tecnologia, intercâmbio acadêmico e comércio. Lula destacou a importância do multilateralismo e a necessidade de incluir representantes da sociedade e dos trabalhadores na construção de uma nova economia sustentável, como ocorreu no G20 Brasil e ocorrerá nas próximas reuniões do Brics e na COP 30, em Belém.

    Sobre a recepção japonesa, Lula foi enfático: “Um aprendizado civilizatório”, elogiando o comportamento respeitoso e acolhedor dos anfitriões. Ele também expressou preocupação com o descumprimento de tratados ambientais como o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris, e criticou os negacionistas climáticos que, segundo ele, “desprezam os alertas insistentes dos cientistas”.

    Provocado a comentar sobre a derrota da Seleção Brasileira por 4 a 1 para a Argentina nas Eliminatórias da Copa de 2026, Lula desconversou e agradeceu pela ausência de perguntas sobre o tema. “Eu não saberia dizer o que está acontecendo”, afirmou, encerrando a coletiva com bom humor.

    Após a visita ao Japão, a comitiva presidencial segue viagem ao Vietnã, com foco em ampliar parcerias comerciais e estratégicas com o Sudeste Asiático. Confira a entrevista:

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