Bomba no STF é resultado da cultura de ódio e intolerância estimulada pela extrema direita, diz Padilha
Ministro Alexandre Padilha destacou a importância do diálogo e do debate civilizado para proteger a democracia
247 – Em entrevista ao programa Brasil em Dia, do Canal Gov, nesta sexta-feira (15), o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez duras críticas à escalada de violência e intolerância política no Brasil, destacando o recente atentado a bomba na Praça dos Três Poderes, que resultou na morte do terrorista Francisco Wanderley Luiz. “A gente está vivendo hoje um momento de ataques permanentes à democracia”, afirmou Padilha.
O ministro vinculou o incidente ao crescente discurso de ódio alimentado por figuras de extrema direita, que, segundo ele, têm instigado comportamentos violentos. “Aqui no Brasil mesmo, nós vimos essa semana, como essa cultura do ódio, da intolerância, do estímulo à violência faz com que as pessoas cometam crimes, inclusive uma pessoa perdeu a vida lá no STF”, disse ele. O ataque ocorreu no contexto de ações terroristas direcionadas a minar a estabilidade democrática do país, ressaltando a necessidade de vigilância e de ações para conter esse tipo de ameaça. “O ataque à democracia é permanente, tem que estar sempre alerta”, pontuou.
Padilha também enfatizou a importância de iniciativas que promovam o diálogo e a construção de consensos, como o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, recriado pelo presidente Lula. O espaço reúne representantes de diversos setores da sociedade, incluindo empresários, trabalhadores, acadêmicos e ativistas, para debater políticas públicas de forma pacífica e colaborativa. “Espaços como estes que a gente reúne no Conselhão, empresários, trabalhadores, ativistas sociais, gente que é da academia, gente do Brasil inteiro com posições diferentes, mas para discutir com diálogo, com consenso, não com violência, são muito importantes para afirmar a democracia”, destacou Padilha.
Descarbonização da economia e o papel do Brasil
Durante a entrevista, Padilha também abordou temas econômicos e ambientais, destacando o potencial do Brasil no cenário global de combate às mudanças climáticas. Segundo o ministro, o país tem condições de assumir uma posição de liderança mundial na descarbonização da economia. “O Brasil tem tudo para ser um dos protagonistas mundiais (na descarbonização econômica). Nós estamos falando em como as atividades econômicas das empresas (podem reduzir) as emissões de gás carbônico, contribuindo para a redução dos impactos das mudanças climáticas do mundo”, disse.
O comentário foi feito em referência à recente aprovação pelo Senado do novo marco regulatório para a criação do mercado de crédito de carbono, que agora segue para nova análise da Câmara dos Deputados. O projeto de lei 182/2024 visa incentivar a redução das emissões de gases poluentes e fortalecer a economia sustentável, permitindo que empresas e países compensem suas emissões através da compra de créditos ambientais.
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