Cid revela que Braga Netto entregou dinheiro em sacola de vinho para financiar atentado contra Moraes, Lula e Alckmin
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro detalha em audiência repasse de recursos aos "Kids Pretos", grupo acusado de planejar o atentado
247 - O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelou, em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto entregou dinheiro em uma sacola de vinho para financiar o plano denominado Punhal Verde e Amarelo. A operação, segundo as investigações, visava assassinar Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. A informação foi divulgada pelo portal O Globo.
Cid afirmou que repassou os valores ao major Rafael Martins de Oliveira, que teria solicitado recursos para a logística da ação criminosa. Segundo ele, Braga Netto sugeriu buscar financiamento junto ao Partido Liberal (PL), mas a tentativa foi frustrada. “Fui conversar com o coronel lá que era responsável pelo partido. Eu não me recordo o nome dele. Inclusive, ele viu o documento. Eu imprimi o documento e mostrei para ele o documento. Esse documento, o inicial, que tinha só as relações. Aí ele falou que ele não poderia... o partido não podia trazer manifestantes ou apoiar com esse tipo de material. Aí eu voltei no general Braga Netto e ele falou: ‘Vou dar um jeito, vou conseguir por outros caminhos’”, disse Cid.
Diante da negativa do partido, Braga Netto teria garantido que encontraria outra forma de obter os recursos. Duas semanas depois, de acordo com Cid, o general entregou uma sacola de vinho com o dinheiro. “O general Braga Netto me entrega dinheiro. Acho que foi. Eu não me engano, mas eu creio que foi quando o De Oliveira esteve no Alvorada. Ele me entregou. Era tipo uma coisinha de vinho assim (faz gestos com a mão), de presente de vinho, com dinheiro. Eu não contei, não sei quanto, estava grampeado. E aí o De Oliveira veio buscar o dinheiro”, relatou.
As investigações apontam que o valor solicitado a Braga Netto era de R$ 100 mil, mas Cid não soube informar se todo esse montante estava contido na sacola entregue pelo ex-ministro da Defesa. O dinheiro teria sido repassado aos chamados “kids pretos”, membros das Forças Especiais do Exército, responsáveis pela execução do plano.
As revelações de Cid reforçam a tese de um esquema organizado dentro de setores militares para atentar contra figuras-chave do governo e do Supremo Tribunal Federal. O depoimento deve embasar novas diligências da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na condução do caso.
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