Ex-presidente do PROS é solto com tornozeleira eletrônica por suspeita de desvios milionários do fundo partidário
Eurípedes Júnior, acusado de desviar R$ 36 milhões do fundo partidário, deve cumprir medidas restritivas e se manter afastado de sedes partidárias
247 - A Justiça Eleitoral do Distrito Federal concedeu liberdade provisória a Eurípedes Júnior, ex-presidente do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e ex-dirigente do Solidariedade, que é réu por suspeitas de desvios de recursos do fundo partidário. O juiz Lizandro Garcia Gomes Filho, da 1ª Zona Eleitoral, determinou que Júnior use tornozeleira eletrônica, permaneça em recolhimento domiciliar noturno e durante folgas, e não mantenha contato com outros investigados ou acesse as sedes do Solidariedade. Além disso, ele está proibido de realizar transações bancárias internacionais, destaca o jornal O Globo.
Eurípedes Júnior estava preso há quase dois meses, após a Polícia Federal deflagrar uma operação que investiga crimes de organização criminosa, apropriação indébita, furto qualificado por fraude, falsidade ideológica eleitoral e peculato eleitoral. De acordo com o inquérito, o ex-dirigente utilizou empresas de fachada para desviar cerca de R$ 36 milhões do fundo partidário, envolvendo consultorias, agências de viagens e até uma autoescola.
“Ainda que a investigação policial continue, o risco à ordem pública e econômica está mitigado”, escreveu o juiz Garcia Gomes Filho. A defesa de Júnior afirma que ele demonstrará sua inocência e a ausência de motivos para a prisão preventiva.
Investigações apontam que Júnior usou recursos do fundo partidário para viagens internacionais com familiares, incluindo destinos como Dubai, França, Punta Cana, Miami, Orlando, México e Itália, além de um cruzeiro marítimo. Ele também teria esvaziado as contas do PROS ao ser destituído do cargo, transferindo valores para uma fundação administrada por ele e familiares.
Quatro dias antes de deixar o partido, Júnior ordenou o desmonte da sede do PROS, retirando equipamentos avaliados em mais de R$ 15 milhões, usados no parque gráfico de Planaltina, Goiás. O Solidariedade, partido que incorporou o PROS, afirmou que os fatos investigados são anteriores à incorporação e que aguardam o desenrolar da apuração para tomar as providências cabíveis.
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