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    Lula afirma que "vai vencer o mercado financeiro", que pressiona por corte de gastos

    Declaração foi feita em momento decisivo da discussão sobre ajuste fiscal

    Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    247 – Em entrevista à "RedeTV" exibida neste domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a pressão do mercado financeiro por cortes de gastos e defendeu uma abordagem que priorize o crescimento econômico com distribuição de renda. Conforme publicado pelo Valor Econômico, Lula declarou: “Eu vejo o mercado falar bobagem todo dia, não acredite nisso, eu já venci eles [o mercado financeiro] e vou vencer outra vez”. A fala ocorre em meio a um período de intensas negociações sobre um pacote de revisão de gastos, elaborado pela equipe econômica do governo e prestes a ser avaliado pelo Palácio do Planalto.

    Lula reforçou que a responsabilidade pelo ajuste fiscal deve ser compartilhada entre os Poderes. O presidente mencionou que tanto o Congresso quanto o Judiciário precisam se engajar em cortes de gastos excessivos. “É uma responsabilidade do Poder Executivo, é uma responsabilidade do Poder Judiciário. E quero saber se eles são dispostos a fazer corte de gastos naquilo que é excessivo. Eu quero saber também se o Congresso está disposto a fazer um corte nos gastos [deles], porque daí fica uma parceria e uma cumplicidade para o bem”, afirmou.

    O presidente também criticou o volume de recursos alocados em emendas parlamentares, ressaltando que esse tipo de despesa precisa ser revisto para um ajuste mais equilibrado. “Se as pessoas tivessem essa vontade [de fazer corte de gastos] no governo anterior, a gente não tinha a situação que a gente herdou”, acrescentou Lula, referindo-se à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, destacando que cerca de R$ 300 bilhões foram gastos para sustentar a antiga administração.

    Em um tom combativo, Lula reafirmou que a economia brasileira não pode retroceder e que qualquer dívida contraída pelo governo deve ter como objetivo a criação de ativos que contribuam para o desenvolvimento do país. “Não entrei [na Presidência] pra fazer a economia decrescer. Somente o crescimento econômico com a distribuição correta faz o país crescer. O crescimento tem que ser distribuído, não é ficar concentrado na mão de meia dúzia”, concluiu.

    A declaração chega em um momento crucial, com o governo federal sob a pressão de realizar um ajuste fiscal que equilibre as contas públicas sem sacrificar programas e projetos voltados para o desenvolvimento social e econômico. O desafio é encontrar um ponto de equilíbrio que responda tanto às demandas internas quanto às expectativas de um mercado que, segundo Lula, muitas vezes age em desacordo com os interesses do país.

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