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    Lula deposita coroa de flores no mausoléu de Ho Chi Minh, um dos maiores heróis do Vietnã e da humanidade

    Líder da independência vietnamita, Ho Chi Minh tornou-se símbolo da resistência anti-imperialista e da luta por soberania nacional

    Lula deposita coroa de flores no mausoléu de Ho Chi Minh (Foto: Ricardo Stuckert)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 – Na histórica visita de Estado ao Vietnã, realizada nesta sexta-feira, 28 de março de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou homenagem a um dos nomes mais reverenciados da história do país asiático e da luta global por autodeterminação: Ho Chi Minh. Lula depositou uma coroa de flores no mausoléu dedicado ao líder revolucionário, em Hanói, e participou de cerimônia oficial no Monumento aos Heróis e Mártires vietnamitas. O gesto foi carregado de simbolismo e reconhece o legado de um homem que marcou o século XX com sua luta intransigente pela independência de seu povo.

    Mais do que uma homenagem protocolar, o ato do presidente brasileiro também reforça a aproximação entre duas nações emergentes que compartilham histórias de enfrentamento ao colonialismo, à desigualdade e à exclusão internacional. O tributo a Ho Chi Minh insere-se no contexto da assinatura do Plano de Ação Brasil–Vietnã para o período de 2025 a 2030, que prevê aprofundamento da cooperação em diversas áreas, como defesa, comércio, ciência e meio ambiente.

    Quem foi Ho Chi Minh?

    Ho Chi Minh, nascido Nguyen Sinh Cung em 1890, foi o principal líder do movimento de libertação do Vietnã contra o domínio colonial francês e, posteriormente, contra a ocupação japonesa e a intervenção militar dos Estados Unidos. Inspirado por ideais socialistas e nacionalistas, ele percorreu o mundo durante sua juventude, incluindo passagens por França, Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética, absorvendo experiências e formando sua visão política.

    Em 1941, retornou ao Vietnã e fundou a Liga para a Independência do Vietnã (Viet Minh). Após a rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial, Ho Chi Minh proclamou a independência da República Democrática do Vietnã em 2 de setembro de 1945. Sua célebre Declaração de Independência citava trechos da Constituição dos Estados Unidos e da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da Revolução Francesa — um gesto estratégico que visava sensibilizar as potências ocidentais sobre a legitimidade da causa vietnamita.

    Contudo, a França tentou restabelecer o controle colonial sobre a região, o que levou à sangrenta Guerra da Indochina (1946–1954). A vitória vietnamita na Batalha de Dien Bien Phu marcou o fim do domínio francês e consolidou Ho Chi Minh como herói nacional. A partir de então, ele liderou o Vietnã do Norte até sua morte, em 1969, no auge da Guerra do Vietnã, conflito travado contra os Estados Unidos e o Vietnã do Sul.

    Mesmo após sua morte, Ho Chi Minh permaneceu como símbolo unificador da nação. Em 1975, com a queda de Saigon e a vitória do Vietnã do Norte, o país foi reunificado sob um regime socialista. A antiga Saigon passou a se chamar Cidade de Ho Chi Minh, em sua homenagem.

    Um legado universal

    O pensamento e a trajetória de Ho Chi Minh ultrapassam as fronteiras vietnamitas. Ele é lembrado como um dos maiores símbolos da luta anticolonial do século XX, ao lado de líderes como Mahatma Gandhi, Nelson Mandela e Che Guevara. Sua firmeza, humildade pessoal e dedicação ao povo o tornaram uma figura admirada até mesmo por adversários políticos.

    Mais do que um estrategista militar ou dirigente comunista, Ho Chi Minh é reverenciado por seu compromisso com a soberania nacional, a justiça social e a educação do povo. Ao contrário de muitos líderes de sua época, recusou privilégios pessoais e viveu com simplicidade. Mesmo no poder, morou em uma casa modesta de madeira nos jardins do Palácio Presidencial em Hanói — hoje preservada como patrimônio histórico.

    Lula e a reverência ao legado anticolonial

    A presença do presidente Lula no Mausoléu de Ho Chi Minh é altamente simbólica. Ela não apenas reconhece a importância histórica do líder vietnamita, mas também estabelece um paralelo entre as lutas de libertação do Sul Global. Lula, que emergiu da classe trabalhadora brasileira e lidera hoje um governo voltado à inclusão social e à soberania nacional, demonstra afinidade com valores que Ho Chi Minh defendeu.

    Além disso, o gesto de reverência também serve para consolidar a aproximação entre Brasil e Vietnã, duas economias emergentes com papéis crescentes na geopolítica internacional. Durante sua visita, Lula declarou que a colaboração em educação, ciência, tecnologia, agricultura e sustentabilidade será fundamental para o futuro comum dos dois países.

    Um herói da humanidade

    Ho Chi Minh não foi apenas um estadista vietnamita. Foi um herói da humanidade, cuja vida foi dedicada à emancipação dos povos e à construção de uma ordem internacional mais justa. Seu legado continua inspirando gerações em todo o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento.

    A homenagem feita por Lula em Hanói reafirma o compromisso do Brasil com a memória das grandes figuras da história mundial que lutaram por justiça e liberdade. É também um lembrete de que o futuro se constrói com base na memória de lutas passadas e na solidariedade entre os povos.

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