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      Lula propõe aliança estratégica com Vietnã para dobrar comércio e ampliar parcerias tecnológicas e ambientais

      Lula destacou a abertura do mercado vietnamita para a carne brasileira, a importância da cooperação em energia renováveil e defendeu relação mais estreita

      Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do Primeiro-Ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, durante encerramento do seminário empresarial Brasil-Vietnã. Hotel Sofitel Legend Metropole Hanoi - Vietnã.   Foto: Ricardo Stuckert / PR (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Em discurso proferido nesta sexta-feira (29), durante o encerramento do Fórum Econômico Brasil-Vietnã em Hanói, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou a viagem como “a mais produtiva e importante que o Brasil já realizou ao Vietnã”. A fala do presidente foi publicada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e marca um ponto alto nas relações diplomáticas entre os dois países.

      “Trouxe comigo dez ministros. Alguns empresários brasileiros estão aqui e nós estamos firmando acordos extremamente importantes”, disse Lula, reforçando o compromisso com uma política de integração mais profunda. Segundo ele, Brasil e Vietnã, com populações de 213 milhões e 101 milhões respectivamente, têm condições de elevar o intercâmbio comercial dos atuais 7,7 bilhões de dólares para até 20 bilhões de dólares.

      Reconhecimento do Vietnã como economia de mercado

      Em um gesto simbólico e estratégico, Lula anunciou o reconhecimento oficial do Vietnã como uma economia de mercado. “É consequência natural da maturidade do nosso relacionamento econômico”, afirmou. Em 2008, o comércio bilateral era de apenas 500 milhões de dólares. Em 2024, alcançou 7,7 bilhões, superando países tradicionais como Portugal, Reino Unido e França.

      O presidente também destacou que o Vietnã já é o quinto maior destino de produtos do agronegócio brasileiro. “Fornecemos cerca de 70% da soja importada pelo Vietnã e 37% da carne suína”, explicou. Agora, com a recente abertura do mercado vietnamita para a carne bovina brasileira, anunciada pelo primeiro-ministro Pham Minh Chính, o Brasil espera fortalecer ainda mais seu papel na Ásia, fazendo do Vietnã a porta de entrada para a ASEAN.

      Parcerias em tecnologia, defesa e meio ambiente

      Lula enfatizou a disposição do Brasil em contribuir com o desenvolvimento tecnológico do Vietnã. Destacou a visita do primeiro-ministro vietnamita à sede da Embraer em 2023 e a possibilidade de fornecimento de aeronaves à Vietnam Airlines, além da instalação de centros de treinamento e manutenção no país asiático, com apoio do BNDES.

      Na área da defesa, mencionou o acordo assinado em 2023, que abre caminho para a exportação das aeronaves multimissão C-390 Millennium da Embraer. O presidente também ressaltou as oportunidades de cooperação em fontes de energia limpa. “Temos décadas de experiência em biocombustíveis, que são alternativas de baixo custo e impacto”, disse, citando ainda o potencial em energia solar, eólica e hidrogênio verde.

      Lula reafirmou o compromisso brasileiro com a agenda climática global e convidou os países a aderirem ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre, proposto durante a presidência brasileira do G20. “Queremos lançar esse fundo na COP30, em Belém”, afirmou.

      Cultura, ciência e integração acadêmica

      Para além dos negócios, Lula defendeu a aproximação entre os povos por meio da cultura, da ciência e da educação. “É preciso que as nossas universidades conversem mais, que aprofundemos a relação entre pesquisadores”, declarou. Ele também celebrou o jantar oferecido pelas autoridades vietnamitas, que apresentou “um pouco da cultura do Vietnã, com dança, com música, de forma extraordinária e com um povo muito simpático e muito bonito”.

      Investimentos e segurança jurídica

      O presidente sublinhou o ambiente favorável à atração de investimentos estrangeiros criado por seu governo, citando a reforma tributária aprovada com apoio do Congresso Nacional e os resultados econômicos recentes. “Temos a menor taxa de desemprego da história. Contrariando os pessimistas, nosso PIB cresceu mais de 3% por dois anos consecutivos e voltará a surpreender em 2025.”

      Para ampliar os investimentos recíprocos, Lula propôs iniciar as negociações de um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos, que incluiria missões empresariais, fundos bilaterais e pesquisa em inovação.

      Uma nova fase

      “O camarada Ho Chi Minh dizia que as raízes das nações são as pessoas. Promover o comércio e os investimentos é a melhor forma de gerar emprego, renda e dignidade para nossas sociedades”, concluiu Lula, em um discurso que reafirma a disposição do Brasil em ampliar sua presença na Ásia e consolidar alianças baseadas na confiança, no multilateralismo e no desenvolvimento sustentável. Assista:

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