Minirreforma ministerial deverá poupar pastas da Defesa e Justiça

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou que, no curto prazo, não pretende realizar mudanças nos comandos dos ministérios da Justiça e da Defesa, consideradas áreas estratégicas para o governo. Em declarações recentes a assessores, Lula teria sinalizado que, embora não haja previsão de uma reforma ministerial ampla, ajustes pontuais devem ocorrer.

Segundo interlocutores ouvidos pela coluna do jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, as mudanças não incluirão as pastas de Justiça e Defesa, que Lula considera essenciais para a estratégia de governo em 2025. A principal prioridade do presidente é avançar na articulação política da PEC da Segurança, que visa reestruturar as forças policiais e que está sob responsabilidade da pasta comandada por Ricardo Lewandowski. O governo tem como meta a aprovação da proposta ainda no primeiro semestre deste ano, como uma tentativa de construir uma bandeira forte na área de segurança pública.

A situação na Defesa, contudo, é mais delicada. O ministro José Múcio Monteiro, atualmente à frente da pasta, tem sinalizado, nos bastidores, a possibilidade de deixar o cargo em 2025. Apesar disso, Lula reforçou, em conversas reservadas, que o governo seguirá com a defesa da democracia, com um trabalho estratégico do ministro junto às Forças Armadas. Múcio é considerado uma peça-chave para o diálogo e para a articulação legislativa relacionada à reestruturação das carreiras militares e à PEC dos Militares.

As duas iniciativas enfrentam resistência no Congresso, mas o governo segue tentando garantir apoio para avançar com suas propostas. Além disso, Lula já sinalizou que as primeiras mudanças na equipe ministerial devem ocorrer ainda em janeiro, incluindo uma reformulação na Secretaria de Comunicação Social (Secom), que poderá ser um dos focos de ajustes pontuais.