Alcolumbre se comprometeu com o PL da Anistia e terá apoio dos bolsonaristas para a presidência do Senado, diz Flávio Bolsonaro
O acordo, porém, não inclui o avanço do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF
247 - O senador Davi Alcolumbre (União-AP) tem garantido o apoio da oposição para sua candidatura à presidência do Senado, mediante um compromisso importante: colocar em votação o projeto de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, relata Renata Agostini, do jornal O Globo. A afirmação foi feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos principais articuladores do bolsonarismo no Congresso.
Segundo Flávio, o acordo com Alcolumbre está atrelado à promessa de dar prosseguimento à anistia para os manifestantes, financiadores e apoiadores dos atos que ocorreram em janeiro. “A maioria do bloco já está fechada com Davi. O caminho é seguir com ele, porque ele está tratando dessa forma: vai respeitar a proporcionalidade e entende a importância da anistia”, disse o senador.
O projeto está em fase de discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Caso aprovado, o plano é garantir a continuidade da proposta no Senado sob a liderança de Alcolumbre, atendendo a uma demanda prioritária dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que alegam que os envolvidos nos atos agiram sob “efeito manada” e que a anistia é necessária para a pacificação política.
No entanto, o acordo entre Flávio e Alcolumbre não inclui o avanço do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), figura central nas investigações que envolvem Jair Bolsonaro e seus aliados. Flávio Bolsonaro reconheceu a dificuldade de aprovar o impeachment de Moraes neste cenário. “Davi não fala nem que sim nem que não sobre o impeachment. Ele fala: ‘o presidente não sou eu, então, não vou me posicionar agora’. Acho difícil ele fazer”, comentou.
Apesar das tensões em torno do impeachment de Moraes, Flávio Bolsonaro vê um cenário promissor para a oposição nos próximos anos. Ele aposta no crescimento da bancada bolsonarista no Congresso a partir de 2026, o que poderia fortalecer a articulação política no Senado. Com uma possível maioria alinhada, ele acredita que será possível pressionar Alcolumbre a manter seu apoio às pautas bolsonaristas. "Temos 34 assinaturas (de senadores) pelo impeachment (de Moraes). Num cenário em que passamos a ter 41 senadores 100% alinhados com a gente (número de votos necessários para aprovar início do processo), como acho que vamos fazer, Davi (Alcolumbre) terá que passar dois anos muito bem alinhado com as nossas pautas para merecer o nosso apoio de novo lá na frente, numa tentativa de reeleição dele em 2027. O cenário é favorável. Já fiz as contas: dos 81 senadores, podemos chegar a 54 de largada na próxima eleição, que é o número cravado para aprovar o impeachment de ministro do Supremo (o correspondente a dois terços do Senado)".
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