Após atentado terrorista promovido por bolsonarista, ala da Câmara vê PL da anistia “muito prejudicado”
Um líder da Câmara destacou que o episódio “prejudicou a discussão” sobre o tema
247- As explosões registradas na noite desta quarta-feira (13), em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e nos arredores da Câmara dos Deputados, levantaram novas barreiras para a tramitação do projeto de lei (PL) da anistia, que propõe perdoar presos e financiadores dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Segundo o Metrópoles, a morte de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, que tirou a própria vida com um explosivo, gerou um "banho de água fria" na proposta, que já enfrentava polêmica no Congresso.
Um líder da Câmara destacou que o episódio “prejudicou a discussão” sobre o tema. “Não há clima” para debater o perdão aos que atacaram as instituições públicas, comentou o parlamentar. A proposta havia sido retirada da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que pretendia levá-la a uma comissão especial. No entanto, até o momento, o ato oficializando a comissão ainda não foi publicado, e a movimentação política parece ter arrefecido com os recentes acontecimentos.
Desde o episódio, críticas ao projeto ganharam mais força nas redes. A página oficial do PT na Câmara, por exemplo, voltou a promover a hashtag “#SemAnistia”, sinalizando a pressão contra qualquer concessão a grupos que desafiaram as instituições democráticas.
Na ala bolsonarista, contudo, o incidente é visto como um “caso isolado”. O ambiente já vinha sendo influenciado por acontecimentos internacionais, como a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, que animou setores bolsonaristas, com a expectativa de que a vitória republicana poderia dar novo fôlego ao tema na Câmara. No entanto, o impacto do atentado com explosivos altera agora o cenário político em Brasília.
Imagens capturadas pelas câmeras de segurança do STF mostram o momento exato em que Francisco Wanderley Luiz detona os explosivos. Nas gravações, ele aparece lançando o artefato próximo à escultura da Justiça e, logo depois, deitando-se ao lado do dispositivo, que acende e explode. O registro exibe fumaça e fogos de artifício, criando um ambiente de pânico na Praça dos Três Poderes.
O caso levanta mais uma vez a necessidade de medidas de segurança em torno das instituições democráticas e dificulta a tramitação de projetos que promovam o perdão a participantes dos atos de 8 de janeiro.
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