'Ele falava que ia matar o Alexandre de Moraes e quem estivesse com ele', diz ex-esposa do terrorista bolsonarista (vídeo)
Daiane, ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, diz que ele "morreu porque foi descoberto" antes de - provavelmente - executar "uma coisa maior"
247 - Em depoimento à Polícia Federal de Santa Catarina, Daiane, ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, conhecido nas redes como “Tiu França”, revelou que o terrorista bolsonarista, morto após atentados com explosivos em Brasília na noite de quarta-feira (13), tinha planos de assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As declarações foram divulgadas pela jornalista Daniela Lima, da GloboNews. Segundo Daiane, o ex-marido havia mencionado, em várias ocasiões, sua intenção de "matar Alexandre de Moraes e quem mais estivesse perto na hora do atentado".
O ataque resultou na morte do próprio Wanderley Luiz após a explosão de dois artefatos próximos ao Anexo IV da Câmara dos Deputados e na Praça dos Três Poderes, no Distrito Federal. O incidente, amplamente registrado em boletim policial, trouxe à tona o extremismo de simpatizantes de Jair Bolsonaro (PL), especialmente após sua derrota para o presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.
Planejamento de um “ataque maior” - Daiane relatou que o ex-marido frequentou acampamentos golpistas logo após o resultado eleitoral de 2022 e que, recentemente, compartilhava com ela e outras pessoas uma série de pesquisas sobre como atacar o STF e a Câmara dos Deputados. As investigações da Polícia Federal indicam que Wanderley utilizava plataformas digitais para pesquisar sobre o ataque e estudar a logística. Questionada pelos agentes sobre as intenções dele, Daiane respondeu que Wanderley Luiz "morreu porque foi descoberto" antes de - provavelmente - executar "uma coisa maior".
A ex-esposa contou ainda que, apesar de não ter frequentado o acampamento golpista em Brasília no dia 8 de janeiro, ela e o ex-marido participaram de manifestações em outros locais. Daiane revelou que ele compartilhava seus planos em um grupo de mensagens, o qual será analisado pela PF, que investiga possíveis coautores e apoiadores envolvidos no atentado.
A noite das explosões - Segundo informações do boletim de ocorrência da Polícia Civil do Distrito Federal, Wanderley Luiz era o proprietário do veículo que explodiu próximo à Câmara dos Deputados, e ele mesmo provocou a explosão de um segundo artefato na Praça dos Três Poderes. Testemunhas relataram terem ouvido as explosões, enquanto seguranças do STF descrevem que Luiz, com uma mochila nas costas, posicionou-se em frente ao edifício do tribunal e retirou diversos objetos suspeitos, incluindo um extintor de incêndio.
Em um momento de alta tensão, Luiz teria ordenado aos seguranças que não se aproximassem e exibido um dispositivo com relógio digital, o que foi interpretado como uma bomba. Pouco depois, ele se deitou no chão com a bomba sob a cabeça e esperou pela explosão fatal.
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