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Boulos: 'Abin paralela não tinha nada de paralela. O esquema foi organizado por meios oficiais'

O deputado e pré-candidato a prefeito de SP também associou a espionagem da Abin com a tentativa de golpe durante as manifestações terroristas, em Brasília

Guilherme Boulos, Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem e a Abin (Foto: 247 I Antonio Cruz / Agência Brasil I Divulgação)

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247 - O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) publicou nesta quinta-feira (11) uma breve análise fazendo uma associação entre a espionagem ilegal feita pela Agência Brasileira de Inteligência contra opositores de Jair Bolsonaro e os atos golpistas do 8 de Janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), resultando em pelo menos 1.390 denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República e 226 condenações determinadas pelo Supremo Tribunal Federal. 

"Sobram provas de que a estrutura da ABIN foi usada para monitorar e difundir fake news sobre os adversários políticos do bolsonarismo. Ou seja, está claro que o que se convencionou chamar de ‘ABIN paralela’ não tinha nada de paralela; o esquema foi organizado por meios oficiais - o que dá uma dimensão do que poderia ter se tornado este país caso tivessem tido sucesso no 8 de janeiro", escreveu o parlamentar na rede social X. 

Nesta quinta, agentes da Polícia Federal iniciaram a operação Última Milha, que, desde 2023, investiga o uso ilegal de sistemas da agência para espionar autoridades e oposicionistas do governo Bolsonaro. A PF prendeu quatro pessoas, depois de ir às ruas cumprir cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em São Paulo (SP), Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), e Salvador (BA). 

De acordo com as investigações, os ministros do STF Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux foram alguns dos espionados. No Legislativo, foram alvos da espionagem ilegal o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) e os ex-deputados federais Rodrigo Maia (PSDB), Joice Hasselmann (Podemos e ex-PSDB) e Jean Wyllys (PT e ex-PSOL). 

Entre os senadores, Alessandro Vieira (MDB-SE), Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) foram alvos de espionagem. No Poder Executivo: o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB); dois servidores do Ibama e três auditores da Receita. As jornalistas Monica Bergamo, Luiza Alves Bandeira, Vera Magalhães e Pedro Cesar Batista também foram alvos de espionagem. 

A Abin também monitorou informações da investigação do assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), morta por integrantes do crime organizado em março de 2018, num lugar sem câmeras na região central do Rio. Dois milicianos - Ronnie Lessa e Élcio Queiroz - foram presos. Eles conheciam a família Bolsonaro. Investigadores não encontraram, até o momento, provas de ligação dos Bolsonaro com o crime. 

Uma das linhas de investigação apura se as denúncias de Marielle contra a exploração imobiliária ilegal no Rio era um dos motivos do crime. As críticas da então parlamentar teria contrariado interesses do ex-conselheiro do Tribunal de Contas (TCE-RJ) Domingos Brazão e do seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ). Os dois foram presos junto com Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do estado do Rio. As investigações estão em andamento.

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