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Ministros do Centrão "lavam as mãos" e dizem que só garantem votos no Congresso para pautas econômicas

Ministros afirmam que em relação à chamada 'pauta de costumes', os parlamentares são mais influenciados pela pressão dos eleitores nas redes sociais do que pelos partidos

Lula (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil | Pedro França/Agência Senado)

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247 - Ministros que representam partidos do Centrão no governo federal afirmam que não há condições para mobilizar suas bancadas em votações de projetos fora da pauta econômica, relata o jornal O Globo. Segundo esses ministros, o acordo que levou ao apoio ao governo Lula (PT) após a eleição de 2022 foi focado exclusivamente em temas econômicos.

Em reunião com o núcleo de articulação política do governo na segunda-feira (3), Lula determinou que os líderes do governo pressionem os ministros a garantirem os votos necessários para os projetos em tramitação no Congresso. Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado e conselheiro próximo do presidente, revelou que a ideia é realizar reuniões com ministros e bancadas para perguntar diretamente sobre o apoio de seus partidos.

Três ministros, em condição de anonimato, afirmaram que embora haja apoio significativo dos parlamentares em pautas econômicas, a situação muda drasticamente em relação a projetos de costumes ou de endurecimento da legislação penal. Um exemplo recente foi a votação da proposta que restringiu a saidinha de presos, onde os representantes do Centrão se abstiveram de mobilizar suas bancadas. Os ministros justificam que, nesses casos, os deputados são mais influenciados pela pressão dos eleitores nas redes sociais do que pela orientação partidária, tornando difícil atender às demandas do governo.

Para evitar derrotas legislativas, como as ocorridas na semana passada, um dos ministros sugeriu que o governo busque acordos com os presidentes da Câmara e do Senado para que pautas de costumes ou relacionadas ao endurecimento da legislação penal não sejam colocadas em votação. Outro ponto de preocupação é a necessidade de sinalizar para a oposição bolsonarista, considerando as próximas eleições para a presidência das duas Casas. Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) estão inclinados a colocar em pauta projetos de interesse da ala mais conservadora do Congresso, visto que precisam do apoio desse grupo de parlamentares para eleger seus sucessores em fevereiro.

Ministros do Centrão também acreditam que Lula poderá ser forçado a realizar uma reforma ministerial após as eleições municipais para reorganizar a base de apoio para a segunda metade de seu mandato.

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