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    Líder do governo no Senado diz que presença de Lula "muda" articulação com Congresso e cobra papel ativo de ministros

    "Você está sentado aqui, quantos votos tem o teu partido?", disse Jaques Wagner em cobrança que o governo fará pela participação de ministros na articulação política

    Jaques Wagner (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

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    247 - Líder do governo federal no Senado, o senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou ao jornal O Globo que a presença do presidente Lula (PT) nas mesas de negociação com o Congresso Nacional "muda" capacidade de articulação do Executivo. O presidente fez nesta segunda-feira (3) uma reunião com o núcleo político de seu governo, no que deve ser o primeiro de encontros semanais que serão feitos a partir de agora. "Estamos voltando ao que sempre existiu no primeiro e segundo governos (de Lula), que é a reunião das segundas-feiras", disse Wagner.

    O líder disse não saber por que Lula decidiu apenas agora entrar no dia a dia da articulação do governo, mas sugeriu que o presidente precisava de "tempo" para se recuperar da perseguição política que sofreu nos últimos anos. "Só perguntando a ele. A decisão de retornar (agora) foi dele, certo? O sistema é presidencialista. É a figura dele que puxa, sempre foi. As pessoas querem bater foto com o presidente, com o governador, não com o emissário. A presença dele muda a capacidade de articulação. Mas tem que dar o tempo. Não posso impor. Ele passou um ano e pouco preso. Não pôde ir ao enterro do irmão, foi ao enterro do neto parecendo que era um traficante de altíssima periculosidade, cheio de gente em volta. Ele viu muita gente comemorar a morte da esposa (Marisa Letícia, ex-primeira-dama, em 2017). O cara tem alma, não é de ferro".

    O senador afirmou que Lula tem consciência de que as conversas se desenrolam de maneira "diferente" quando o presidente está presente. "Evidentemente, você teve um presidente Lula e agora tem outro. Ele continua sendo uma voz de ponderação e está com a mesma vontade de fazer. Quando estamos nas reuniões, é ele quem sugere. O pique é absolutamente o mesmo, a disponibilidade pode não ser a mesma. Mas ele sabe que, quando senta à mesa para conversa, é diferente".

    Jaques Wagner também disse que o governo passará a cobrar maior participação dos ministros na articulação junto ao Congresso. "A gente deve começar a fazer reuniões chamando os ministros de tal partido e as suas bancadas. 'Cara pálida, e aí? Você está sentado aqui, quantos votos tem o teu partido quando eu preciso?'". Ele ainda destacou que os ministros não precisam ser "convidados" a negociar com o Congresso. "Se depender de convite, nós convidaremos, mas não precisava ter convite. Alguém que está no governo e não acha que tem que trabalhar para aprovar matéria...".

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