Parlamentares egressos das polícias ameaçam votação da PEC dos Militares
Deputados que representam os interesses dos policiais militares são contra o projeto que visa obrigar a ida para a reserva daqueles que se candidatarem a cargos eletivos
247 - Nos corredores políticos, o clima é de expectativa em relação à possível votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos militares no Senado nas próximas semanas. A proposta visa obrigar a ida para a reserva daqueles que se candidatarem em eleições. Embora haja confiança por parte de integrantes do governo Lula e dos comandantes das Forças Armadas, favoráveis à medida, o principal ponto de preocupação reside na Câmara dos Deputados.
Segundo a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, “o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tem recebido alertas de que os deputados que representam os interesses dos policiais militares na Casa estão frontalmente contra o projeto. O temor é que a PEC avance para uma proposta que também atinja diretamente os PMs. Com isso, eles seriam obrigados a deixar a carreira se forem candidatos a algum cargo eletivo”.
Um fato que evidencia a crescente influência política das forças de segurança é o aumento significativo do número de deputados eleitos provenientes das Polícias Civil ou Militar, ou das Forças Armadas. Em 2022, esse número alcançou 48, enquanto em 2002 eram apenas 13 com esse perfil. A politização das polícias e seu impacto nas esferas de poder foram discutidos em uma reunião ocorrida na semana passada no Quartel General do Exército, em Brasília.
Nesse encontro estiveram presentes os comandantes das Forças Armadas, o ministro José Múcio, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Embora Mourão tenha expressado sua oposição ao projeto, ele concordou que o mesmo deve ser submetido a votação.
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