Trabalhadores celebram reabertura da Sala Martins Pena com concerto exclusivo

247 – Em uma noite marcada pela emoção e pela celebração do trabalho manual que construiu e renovou um dos mais importantes espaços culturais de Brasília, operários e servidores do Governo do Distrito Federal (GDF) foram os primeiros a apreciar o concerto-teste da reabertura da Sala Martins Pena, no Teatro Nacional Claudio Santoro, na última quarta-feira (18). As informações são da Agência Brasília.

A iniciativa, batizada de “Sinfonia do Concreto”, integra o calendário de eventos que marca o retorno da Sala Martins Pena após extensa obra de modernização e adequação às normas de segurança, combate a incêndio e acessibilidade. O momento inaugural, reservado aos trabalhadores da obra, remete à inauguração histórica do espaço em 1966, quando a atriz Cacilda Becker apresentou-se primeiro para os responsáveis pela construção, antes do público em geral.

“É muita emoção, porque eu só tinha visto o Teatro Nacional há 10 anos por fora. Nunca me imaginava aqui, principalmente hoje, um dia festivo. Estou me sentindo um artista”, relatou o pintor Francisco Ari Rodrigues Lima. Em suas palavras, o concerto representa “uma página da história para ser vivida” e um marco que reconhece o esforço de cada operário: “O início de tudo somos nós, os trabalhadores”.

A experiência não foi menos impactante para o pintor Deibson Charles Silva Farias: “Estou muito orgulhoso de trabalhar aqui e deixar esse teatro bonito para todos”. Já a engenheira Monyque Milhomem lembrou que, durante a obra, os profissionais imaginavam encerrar o serviço com uma encenação simbólica: “Até brincávamos de fazer uma peça. Quando falaram que ia ter uma orquestra só para a gente, ficamos maravilhados e superfelizes”, comentou.

Segundo o engenheiro Fabrício Lima Ramiro, retornar ao Teatro Nacional completo e renovado é comprovar, na prática, o resultado do esforço coletivo: “Estávamos bem ansiosos, porque é um filho nosso. Estamos entregando uma obra completamente nova e um equipamento público de qualidade para a população”, afirmou.

A apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, comandada pelo maestro Claudio Cohen, foi um momento de reencontro após 11 anos longe de sua casa cultural. “Essas pessoas possibilitaram que esse espaço fosse entregue com a excelência que ele merece, então nada mais justo que esse concerto em agradecimento pelo esforço”, salientou Cohen.

O repertório passeou por clássicos nacionais – de Carlos Gomes, Villa-Lobos, Luiz Gonzaga e Ari Barroso – e internacionais, além de composições do próprio maestro Claudio Santoro, fechando com canções natalinas. O tenor Thiago Arancam fez uma participação especial, acrescentando brilho à noite que também contou com a presença da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, e demais autoridades locais.

Além do concerto, o foyer da Sala Martins Pena abriga a exposição “Encenações”, com fotos de Mila Petrillo, cedidas pelo Museu Nacional da República Honestino Guimarães. As imagens retratam espetáculos de dança e teatro ao longo das décadas de 1980, 1990 e 2000, em uma homenagem à rica história do Teatro Nacional.

A obra de restauração, iniciada pelo GDF em dezembro de 2022, teve a primeira etapa finalizada com a recuperação da Sala Martins Pena e suas áreas anexas. Com recursos de R$ 70 milhões, esse esforço seguiu normas modernas de segurança e acessibilidade. O investimento total previsto é de R$ 315 milhões, incluindo a reforma da Sala Villa-Lobos, do Espaço Dercy Gonçalves, da Sala Alberto Nepomuceno e de outros ambientes, dando sequência à completa revitalização do complexo cultural.