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'Feira Indígena Para Adiar a Queda do Céu' promove diálogo entre diferentes povos e saberes

Evento ocorre nos dias 6 e 7 de abril em João Pessoa e é construído por indígenas que estão no contexto urbano

I Encontro e 1ª Conferência Livre Popular de Indígenas, do contexto urbano da Paraíba (Foto: Vinicius Oliveira/Brasil de Fato)

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Brasil de Fato - A cultura indígena faz parte da formação do Brasil. Em João Pessoa (PB), um evento vai reunir diversos indígenas e seus trabalhos em forma de artes. A Feira Indígena Para Adiar a Queda do Céu vai trazer artesanato, apresentações musicais, dança, palestras, oficinas, pintura corporal, lançamento de livro e contação de história etc. A Feira ocorre neste sábado (6) e no domingo (7), das 8h às 22h, na Biblioteca Comunitária Baobazinho, no bairro Castelo Branco III, em João Pessoa. 

O evento é construído por indígenas que estão no contexto urbano, principalmente, na cidade de João Pessoa. De acordo com a organização, o evento transcende o comercial e celebra a cultura e a resistência indígena, promovendo um diálogo entre diferentes povos e saberes.

A Feira foi idealizada pela Baobazinho e pela Aliança Multiétnica e é realizada com os recursos da Lei Paulo Gustavo, com operacionalização da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-PB). O título “Para adiar a Queda do Céu” interliga as ideias do Xamã Davi Kopenawa, um dos autores do livro A Queda do Céu e as reflexões do livro Ideias Para Adiar o Fim do Mundo, do escritor e ativista ambiental Ailton Krenak. 

“A Feira vem como uma contribuição dos indígenas que afirmam sua identidade, que reivindicam a ancestralidade, a ciência e filosofia indígena, na perspectiva de pensar em que mundo queremos viver e não só isso, mas, colocando uma questão fundamental que é, como podemos juntos com outros grupos agir para mudar essa situação”, explica Givanildo M. da Silva, o Giva, um dos idealizadores do evento. 

Giva comenta que a feira se insere nessa necessidade de trazer reflexões no intuito da defesa e preservação do planeta e da vida. Para isso, é necessário, segundo ele, pensar em uma outra forma de habitar e estar no planeta. 

Artistas e programação

A programação do evento é bastante diversa, tanto em interfaces de artes quanto em povos indígenas. No evento, haverá o lançamento do livro “Afinal, o que é periferia?”, que reúne 25 artigos de 43 autores. Nesse sentido, haverá a roda de conversa Periferias no Plural. Estão confirmadas as presenças de: Talita Brito (artesã), Rhudá (multiartista), Ju Potiguara (palestrante), Ivanilda Rocha (artesã), Vi Pyatã (artesão), Windelane Pereira (artesã), Ariana (artista), André Puri (artista), Marcos Cristiano/Perfect (artista multimídia), Yoriminda Perez (artesã), Rosenda Gimenez (artesã), Ivonete Kariú Kariri (artesã), Juliana Lima (artista docente/ dança), Zona (artista), Jacy Tabajara (palestrante), Yarubedzé Kariri (artista), Cacique Caboquinho Potiguara (palestrante, Clara Potiguara (artista), Sanderline Ribeiro (contação de histórias), Gessica Potiguara (artesã), Jaqueline Higino (artesã), Siba Puri (artista), Maurílio Potiguara (artesão), Minerva Perez (artesã), Jarluzia Tapuia (artesã), Morgana Aláfia Kariri (cartomante), Joab Potiguara (pintura corporal), Rafa Dasfolhas (cosméticos naturais) e Cacique Chiquinho Pankaxurí (palestra). Também estarão presentes os grupos Carcará Sound System, Flor de Laranjeira Potiguara.

Clara Potiguara, uma das artistas que vai participar do evento, é cantadora de coco e iniciou sua carreira artística em 2020. “No território, eu atuo em projetos sociais e culturais, cantando coco de roda sempre em busca de reunir coletivo de pessoas para fazer arte, aprendendo e repassando o conhecimento musical com as diferentes gerações”, comenta a cantora. Clara faz parte da atração da noite cultural da programação do domingo (7). 

Uma outra artista que estará presente na Feira é a Zona. O seu trabalho envolve as artes visuais, cênicas, circenses, entre outras. Para a artista, sua composição visual ‘espelha’ a Mãe Natureza, elementos da cultura, seu território e sua experiência nômade. No trabalho da artista, há referências urbanas e anticolonialistas, trazendo cenários, personas e seres lúdicos e encantados. Suas obras são feitas com pigmentos e tintas naturais através de matérias-primas orgânicas. Ela também trabalha com esculturas a partir de materiais coletados na natureza. 

Na Feira Indígena Para Adiar a Queda do Céu, Zona vai contribuir com um painel de graffite, participando da ação coletiva de revitalização do espaço da Biblioteca Comunitária Baobazinho. 

Assim, a feira interliga a cultura, arte e resistência de vários povos como Potiguara, Tabajara, Warao, Kariri, Pankaxurí. Durante o evento, a organização da Feira vai fazer uma arrecadação de casacos, edredom, lençol e alimentos não perecíveis, a fim de doar para o povo Pankaxurí, da Cachoeira do Tamanduá, em Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas. Para participar, basta levar item/itens dessa lista nos dias do evento.

Dados do evento
Dias:
06 e 07 de abril de 2024.
Local: Biblioteca Comunitária Baobazinho, localizada na Rua Waldemar de Oliveira Leite, 32, Castelo Branco III, em João Pessoa (PB)
Horário: 8h-22h.

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